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Londres reforça medidas em universidades devido terrorismo

O governo obrigará universidades e escolas a tomar medidas para impedir que jovens sejam influenciados pelo jihadismo


	Membros do Estado Islâmico: "são medidas práticas que acreditamos que funcionarão", disse ministra
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Membros do Estado Islâmico: "são medidas práticas que acreditamos que funcionarão", disse ministra (AFP)

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Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2014 às 13h47.

Londres - O governo britânico obrigará escolas e universidades a tomar medidas para impedir que os jovens caiam sob a influência dos jihadistas, como a proibição de ingresso nesses centros educacionais para quem fomenta o radicalismo.

A ministra de Interior, Theresa May, informou nesta segunda-feira que as novas medidas estarão contidas em um projeto de lei denominado Segurança e Anti-terrorismo que será apresentado nesta semana no parlamento e cujo objetivo é reforçar a segurança do Reino Unido, onde muitos jovens muçulmanos viajaram à Síria e Iraque para se unir ao grupo extremista Estado Islâmico (EI).

Segundo os detalhes do projeto divulgados hoje, as universidades deverão demonstrar que contam com medidas para impedir o ingresso a seus campus de radicais que fomentam o terrorismo.

"Estamos em uma luta que tem muitas frentes e muitas formas. É uma luta que seguirá durante muitos anos. E a ameaça que afrontamos atualmente é talvez maior do que nunca. Temos que ter os poderes necessários para nos defender", disse a ministra em discurso pronunciado no "think tank" (grupo de pensamento) Royal United Services Institute, em Londres.

Ao mesmo tempo, May confirmou que no projeto será incluído o plano para proibir o retorno ao país dos cidadãos britânicos que participaram de atividades terroristas no exterior.

"Os novos poderes nos ajudarão a impedir a radicalização", insistiu a ministra.

"Esta legislação é importante" e "o momento é correto", disse May ao defender o projeto, que entrará no parlamento faltando apenas seis meses para as eleições gerais.

A ministra acrescentou que trata-se se propostas cuidadosamente estudadas e elaboradas em colaboração com as forças da ordem e os serviços secretos do Reino Unido.

"São medidas práticas que acreditamos que funcionarão", insistiu.

Segundo explicou May, a polícia frustrou 40 ataques terroristas nos últimos dez anos, entre eles um parecido ao atentado de Mumbai de 2008, outro para explodir um avião, além de uma tentativa de assassinato de um embaixador (de um país que não especificou) e o planejado assassinato de membros das forças armadas.

Nos últimos anos, houve 753 detenções relacionadas com o terrorismo.

Antes do discurso de May, o responsável da unidade antiterrorista da Polícia de Londres (Met), Mark Rowley, disse hoje que a ameaça terrorista dos jihadistas pode durar "anos", inclusive se diminuir a violência em países como Síria e Iraque.

Em entrevista à imprensa, Rowley assinalou que há uma "alta perspectiva" de que a ameaça do terrorismo islâmico continue porque pode proceder de outros países.

"Inclusive se o horror do que está acontecendo na Síria e Iraque for solucionado milagrosamente no próximo ano ou assim, e isso parece algo muito otimista, há outros países da África e outros lugares do mundo que são perigosos", disse.

"E existe a possibilidade deste tipo de terrorismo chegar à Europa", especificou Rowley.

As autoridades britânicas aumentaram nos últimos meses o nível de ameaça terrorista contra o Reino Unido de "considerável" para "grave" por causa da preocupação com os vários casos de jovens britânicos muçulmanos que viajaram à Síria e Iraque para se unir ao grupo Estado Islâmico (EI).

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