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Londres não pode ignorar nossas perguntas sobre Skripal, diz Rússia

Londres atribui a Moscou a tentativa de assassinato com um agente neurotóxico de Serguei Skripal e sua filha Yulia em 4 de março em Salisbury

Conflito: Londres acusa a Rússia de ter envenenado o ex-espião (Toby Melville/Reuters)

Conflito: Londres acusa a Rússia de ter envenenado o ex-espião (Toby Melville/Reuters)

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AFP

Publicado em 5 de abril de 2018 às 08h57.

O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, pediu nesta quinta-feira uma "investigação substancial e responsável" sobre o envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal, com a advertência de que o Reino Unido não poderá ignorar as perguntas legítimas apresentadas pela Rússia.

"Não será possível ignorar as perguntas legítimas que apresentamos, como confirmou a conferência da OPAQ convocada pela Rússia", afirmou Lavrov.

O chanceler russo fez um discurso um dia depois de uma reunião da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) e antes de um encontro do Conselho de Segurança da ONU sobre este caso, que provocou uma grande tensão entre a Rússia e vários países ocidentais.

"Insistimos que deve acontecer uma investigação substancial e responsável, de acordo com os dispositivos da OPAQ", disse Lavrov.

Os representantes dos 41 membros do conselho executivo da OPAQ, reunidos a portas fechadas na quarta-feira em Haia, rejeitaram a proposta russa de uma investigação conjunta entre Rússia e Grã-Bretanha sobre o caso Skripal.

Londres atribui a Moscou a tentativa de assassinato com um agente neurotóxico de Serguei Skripal e sua filha Yulia em 4 de março em Salisbury (sudoeste da Inglaterra). Ambos permanecem hospitalizados.

A Rússia nega de modo veemente a acusação, que provocou o maior momento de tensão entre Rússia e Ocidente desde a Guerra Fria, com a expulsão recíproca de mais de 300 diplomatas.

Lavrov disse que há muito tempo não observava "tal ignorância da ética diplomática, do direito internacional".

"Quero destacar que vamos continuar reagindo de forma apropriada aos ataques hostis, mas que também queremos estabelecer a verdade", afirmou.

"Mais uma vez pedimos aos nossos colegas que observem os problemas do direito internacional honestamente", insistiu o chanceler russo.

"Estamos dispostos a uma cooperação, como reiterou ontem o presidente Vladimir Putin na Turquia", completou.

"Espero que prevaleça o bom senso e parem de infligir este grande dano às relações internacionais", afirmou Putin na quarta-feira.

A Rússia pediu uma reunião pública do Conselho de Segurança da ONU sobre o caso Skripal para esta quinta-feira.

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