Casa anfíbio britânica projetada pelo escritório Baca (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 16 de fevereiro de 2012 às 16h52.
São Paulo – Além dos estragos à infraestrutura das cidades, as grandes tempestades e enchentes têm mostrado o seu lado mais cruel - o de tirar vidas humanas e deixar milhões de desabrigados - com uma intensidade surpreendente. E a situação só deve piorar nos próximos anos, em decorrência das alterações climáticas.
Preocupados com a questão, a firma de arquitetura britânica Baca desenvolveu uma casa anfíbio capaz de resistir às enchentes. Primeiro projeto deste tipo a receber autorização do governo inglês, a casa de 225 metros quadrados de área está sendo construída a apenas 10m da margem do rio Tâmisa, em Male, no condado de Buckinghamshire. Ela será erguida em bases fixas, como um edifício convencional, mas em caso de inundações na região, a casa será capaz de levantar e flutuar, mantendo a salvo seus ocupantes.
A resistência à agua deve-se ao que os arquitetos chamam de "golfinhos", postes verticais normalmente encontrados em marinas que mantêm a instalação flutuante no lugar durante uma cheia. Outra curiosidade da casa anfíbio é o jardim com terraço em três camadas, que foi projetado para funcionar como um sistema precoce de alerta de inundações, possibilitando ao morador acompanhar a elevação gradual do nível do rio. O jardim em camadas também tem a função de reter água. Com um valor estimado em 1,5 milhões de libras, a casa anfíbio britânica custa cerca de 20% a 25% a mais do que uma construção convencional e de tamanho similar.
Apesar de pioneira na Inglaterra, a iniciativa já tem exemplos de sucesso em outros países. Em entrevista ao Wired.co.uk, Richard Coutts, diretor do escritório Baca, afirmou que sua equipe tem colaborado com especialistas pelo mundo para o desenvolvimento de construções resistentes à enchentes. Em 2005, ele ajudou o Grupo Dura Vermeer a construir 32 casas anfíbias e 14 casas flutuantes na Holanda. Projetadas para acomodar uma diferença do nível de água de até 5,5 m, todas as estruturas foram postas à prova durante as enchentes do ano passado – e, como prometido, resistiram firmes e fortes.