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Livro sobre morte de Bin Laden tem informações confidenciais

Indagado sobre se o governo americano pretende abrir um processo contra o autor, Little disse apenas que todas as opções legais estão sendo analisadas


	Bin Laden: as autoridades americanas até então não quiseram fazer comentários sobre os relatos feitos no livro a respeito da operação
 (AFP)

Bin Laden: as autoridades americanas até então não quiseram fazer comentários sobre os relatos feitos no livro a respeito da operação (AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2012 às 20h04.

Washington - O Pentágono afirmou nesta terça-feira que o livro de um ex-Seal sobre o ataque que matou Osama bin Laden contém informações confidenciais e sensíveis, uma alegação que pode expor o autor a um processo criminal.

"Acreditamos que há informações confidenciais neste livro", afirmou o porta-voz George Little à imprensa, no momento em que o livro "No Easy Day" foi lançado nesta terça-feira em todo o país.

Indagado sobre se o governo americano pretende abrir um processo contra o autor, Little disse apenas que todas as opções legais estão sendo analisadas.

"Todos os caminhos legais estão disponíveis para nós. Não vou simplesmente dizer o que podemos ou não podemos decidir", afirmou.

Ele reiterou que, do ponto de vista do Pentágono, o autor violou o acordo de confidencialidade que havia assinado antes de ser reformado e que errou ao não apresentar os manuscritos às autoridades antes que fossem publicados.

Enviar o livro para uma revisão é uma questão de "bom senso", acrescentou.

Segundo a imprensa americana, o livro contradiz detalhes da operação tal como foi apresentada pelo governo do presidente Barack Obama.

Sob o título "No Easy Day: The Firsthand Account Of The Mission That Killed Osama Bin Laden" ("Um dia nada fácil: o primeiro relato da missão que matou Osama Bin Laden", em tradução livre) a publicação oferece um relato em primeira pessoa da operação de 2 de maio de 2011 e afirma que o chefe da Al-Qaeda já tinha levado um tiro na cabeça quando o comando Seal o achou em seu quarto.


O governo de Obama havia indicado que Bin Laden fora visto na entrada do quarto e que depois voltou correndo para dentro dele, o que fez os membros do comando suspeitarem de que poderia estar procurando por uma arma.

Mas o autor, que escreve sob o pseudônimo de Mark Owen - embora já tenha sido identificado como Matt Bissonnette pela imprensa -, assegura que Bin Laden recebeu um tiro do comando Seal já na porta do quarto e que foi encontrado depois dentro do mesmo cômodo sangrando por causa do ferimento, segundo trechos citados pela imprensa e confirmados à AFP por funcionários da Defesa.

Bin Laden sofria convulsões e uma mulher chorava a seu lado. Os membros do comando afastaram a mulher dele e voltaram a disparar contra o terrorista.

As autoridades americanas até então não quiseram fazer comentários sobre os relatos feitos no livro a respeito da operação, que é vista como um dos grandes êxitos da administração Obama.

Segundo determinações do Pentágono, os militares reformados que querem publicar livros sobre suas experiências devem entregar os manuscritos às autoridades para que verifiquem que não estão sendo publicadas informações sensíveis que coloquem em perigo a segurança nacional.

Owen escreveu o livro junto com o jornalista Kevin Maurer, que cobriu operações especiais das forças americanas durante nove anos, segundo a editora.

A editora apresenta o livro como "um relato em primeira pessoa da operação contra Bin Laden por parte de um dos membros do comando Seal que presenciou os últimos momentos do terrorista".

"Owen foi um dos primeiros homens a entrar pela porta do terceiro andar do esconderijo do líder terrorista e estava presente no momento de sua morte", indica a Dutton em um comunicado.

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