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Livro mostra como o design gráfico sustentável é possível

Um dos mais influentes designers do mundo, Brian Dogherty explica com clareza as noções do ecodesign e como ele poder ajudar a evitar desperdício


	Livro Design Gráfico Sustentável, de Brian Dogherty: Ecodesign produz ganhos para fabricantes e consumidores
 (Divulgação)

Livro Design Gráfico Sustentável, de Brian Dogherty: Ecodesign produz ganhos para fabricantes e consumidores (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2012 às 16h41.

São Paulo - Vira e mexe alguém enfia embaixo da porta um folheto de uma pizzaria. Geralmente são mal desenhados e escandalosos, não sobrevivendo nem a uma primeira leitura antes de serem descartados. Além disso, são geralmente impressos em papel couchê, não reciclado, e impressos com tintas tóxicas. Não se pode pedir que pequenas empresas como as de entrega do bairro tenham conhecimento avançado de marketing, e ainda bem que elas existem - são estes negócios em sua maioria familiares que dão emprego a milhões de pessoas e tornam a economia mais dinâmica e inclusiva.

No entanto, o avanço dos conceitos mais sustentáveis se espraia rapidamente para uma área crucial à economia e à saúde do planeta, o design, e sua consciência poderia corrigir os dois defeitos dos tais flyers da pizzaria apontados acima - se bem executados, teriam melhor retorno , trazendo mais consumidores, e fariam uso de materiais que, uma vez jogados fora, não contribuíssem com a montanha de lixo do planeta. A atividade no Brasil apenas engatinha, mas há nos EUA e Europa empresas como a Celery Design Collaborative, com sede em Berkeley na Califórnia, e da qual o autor é sócio fundador, e que se encontram há mais de uma década no ecodesign. A experiência de Brian Dougherty e seu livro são portanto benvindos, e trazem contribuição valiosa.

Dougherty trata especificamente do design de coisas impressas, como embalagens, revistas, jornais, peças de marketing em papel e tinta. Há ciência em sua abordagem, e ele reconhece, de saída, que materiais alternativos parecem, por enquanto, mais caros que os tradicionais poluentes, mas que pesquisas e experimentações podem derrotar esta noção. Ainda que assim fosse, ele argumenta, o uso mais inteligente de matérias-primas, aliado a técnicas de funcionalidade, elegância e eficácia de mensagens acabam pagando o custo e trazendo melhor resultado.

Uma parte substancial do livro é essencialmente técnica, e como tal o conteúdo poderá interessar apenas aos profissionais envolvidos com o design, e interessados em saber mais sobre o ecodesign. Isto, no entanto, é fundamental, uma vez que serão estes designers os influenciadores de mudanças de atitudes de fabricantes e consumidores na marcha para um planeta mais sustentável. O papel deles é muito importante, sobretudo na educação de quem primeiro produz o desperdício: "Não faz sentido algum esperar que os consumidores arquem com a responsabilidade ambiental oriunda de más decisões de design por parte dos fabricantes e revendedores".

A frase pode soar exagerada, uma vez que consumidores podem e devem recusar o que não consideram apropriado, mas faz sentido. Não há como querer esticar uma ponta da corda se não há ninguém do outro lado.

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