São Paulo - Os Estados Unidos estão prestes a escolher o seu novo presidente. A eleição, que acontece no próximo dia seis de novembro, é mais do que o simples embate entre Barack Obama e Mitt Romney. O que está em jogo são pontos caros ao americano: o modo de governar, a transparência governamental e o respeito aos direitos humanos. Sendo assim, é impossível não associar Romney ao bando de George W. Bush.

Os dois mandatos de Bush, o filho, ficaram marcados pela guerra contra o terrorismo e suas ações no Afeganistão e no Iraque. Na sua sanha bélica, Bush mentiu sobre as armas de destruição em massa do Iraque, aprovou o uso da tortura contra presos e levou à morte mais de 2 mil soldados no lodaçal que se transformou o frente de batalha afegã. O que uniram essas questões foram as frequentes falsificações de documentos oficiais.

Para entender esse padrão de governar e a história recente dos Estados Unidos, ALFA recomenda o livro Onde os homens conquistam a glória: a odisseia de um soldado americano no Iraque e no Afeganistão, de Jon Krakauer. O jornalista, colaborador da National Geographic com um livro sobre a conquista do Everest, narra a história do jogador profissional de futebol americano Pat Tillman, que morreu em combate no Afeganistão, em 2004.

Na época, o exército reportou que Tillman fora vítima de uma emboscada talibã, mas, como mostra o livro e um investigação do Congresso, ele foi vítima de fogo amigo. Krakauer mostra em detalhes como os amigos de Tillman foram coagidos a esconder a verdade e como os comandantes das forças armadas forjaram documentos e, mais surpreendente, mandaram apagar provas físicas, como queimar o uniforme do ex-jogador.

Não votamos nos EUA, você irá dizer. Mas a obra de Krakauer é um lembrete forte do que representa Romney e o partido Republicano, nos assuntos de política externa — agressiva e mentirosa.