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Livestreaming: a revolução do marketing Made in China

O país é considerado o pioneiro nessa forma de comércio eletrônico ao vivo, onde se tornou uma parte fundamental do ecossistema de compras online

a China, tornou-se uma indústria extremamente lucrativa, com as plataformas chinesas, Taobao Live e JD Live, se tornando líderes nesse mercado (Oleg Blokhin/Getty Images)

a China, tornou-se uma indústria extremamente lucrativa, com as plataformas chinesas, Taobao Live e JD Live, se tornando líderes nesse mercado (Oleg Blokhin/Getty Images)

China2Brazil
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Agência

Publicado em 6 de junho de 2023 às 19h30.

O livestreaming de vendas tem se tornado cada vez mais popular em diversos países, inclusive no Brasil. Na China, tornou-se uma indústria extremamente lucrativa, com as plataformas chinesas, Taobao Live e JD Live, se tornando líderes nesse mercado.

O país é considerado o pioneiro nessa forma de comércio eletrônico ao vivo, onde se tornou uma parte fundamental do ecossistema de compras online. Em julho de 2022, os usuários de plataformas de comércio eletrônico ao vivo atingiram 469 milhões na China.

Com a pandemia de COVID-19 e a impossibilidade de receber os clientes fisicamente em suas lojas, esse setor acelerou ainda mais essa tendência em todo o mundo, já que muitas empresas e consumidores tiveram que se adaptar para as vendas online.

Uma das principais razões para o sucesso das vendas por livestreaming na China é a combinação de entretenimento e compras. Os apresentadores, conhecidos como “KOLs” (Key Opinion Leaders) ou “Wanghong” (estrelas da internet), são personalidades influentes. Essa interação direta entre os apresentadores e os espectadores ajuda a construir confiança e estabelecer um relacionamento mais pessoal, aumentando a probabilidade de conversão.

Os KOLs têm uma base de fãs leais e seguidores engajados, que confiam em suas recomendações e compram produtos com base em suas opiniões. Muitas vezes, os KOLs são especialistas em nichos específicos, como moda, beleza, tecnologia ou fitness que são capazes de criar uma conexão pessoal com seu público-alvo.

Essa experiência de compra interativa e envolvente, em que os consumidores possam ver produtos em ação, fazer perguntas aos apresentadores, interagir com outros espectadores e realizar compras imediatas, são a combinação perfeita entre marketing de influência e tecnologia.

Uma das principais vantagens do livestreaming de vendas é a capacidade de criar um senso de necessidade e escassez, já que as controladas são ao vivo e geralmente incluem ofertas e descontos exclusivos por tempo limitado.

Além disso, a China possui uma cultura de compras online muito desenvolvida, onde os consumidores estão acostumados a fazer compras pela internet. O livestreaming de vendas se encaixa perfeitamente nesse cenário, proporcionando uma experiência de compra que pode ser acessada de qualquer lugar e a qualquer momento.

Pagamentos móveis simplificam o processo de compra online

Outro fator que impulsionou o crescimento do livestreaming de vendas na China foi o uso generalizado de pagamentos móveis. Plataformas como Alipay e WeChat Pay permitem que os consumidores façam compras de forma rápida e segura durante a transferência ao vivo, simplificando ainda mais o processo de compra.

O sucesso da transmissão ao vivo de vendas na China pode ser medido por números surpreendentes. De acordo com dados do Escritório Nacional de Estatística da China (NBS), entre janeiro e abril de 2021, foram comercializados no varejo mais de 3,76 trilhões de yuans (US$ 584 bilhões), um aumento de 27,6% em relação a 2020. Além disso, a indústria de transmissão ao vivo de vendas na China emprega um grande número de pessoas, incluindo os próprios KOLs, equipes de produção, logística e suporte ao cliente.

Devido ao sucesso na China, o livestreaming de vendas tem se espalhado para outros países, com empresas em todo o mundo buscando adotar essa abordagem. Embora as dinâmicas e plataformas possam variar, a China continua sendo uma referência importante no desenvolvimento de plataformas e de novas abordagens, integrando ainda mais o comércio offline ao comércio eletrônico.

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