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Litoral gaúcho terá parque eólico gigante

Ordem de serviço para o início das obras do novo parque na cidade de Santa Vitória do Palmar foi assinada hoje


	Parque eólico: Quando estiver pronto, complexo produzirá energia para mais de 1,6 milhão de pessoas
 (Wikimedia Commons)

Parque eólico: Quando estiver pronto, complexo produzirá energia para mais de 1,6 milhão de pessoas (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2012 às 15h55.

Curitiba – Santa Vitória do Palmar, no litoral sul gaúcho, vai receber um dos maiores complexos eólicos da América Latina. A ordem de serviço para o início imediato das obras de construção do Complexo Eólico Geribatu foi assinada hoje (14), no município, pela Eletrosul Centrais Elétricas, subsidiária da Eletrobras, com a fabricante espanhola de aerogeradores Gamesa.

Serão instalados ao todo 129 aerogeradores, distribuídos em dez parques. O empreendimento é uma parceria da Eletrosul com o Fundo de Investimentos em Participações (FIP) Rio Bravo, que detém 51% do negócio. Os 49% restantes pertencem à estatal. O investimento previsto é aproximadamente R$ 1 bilhão.

Com 258 megawatts (MW) de capacidade instalada, o complexo, quando estiver em pleno funcionamento, no final do primeiro trimestre de 2014, deverá produzir energia eólica equivalente ao consumo de mais de 1,6 milhão de pessoas.

"As primeiras turbinas eólicas já vão estar em operação no segundo semestre de 2013", disse o diretor de Engenharia e Operação da Eletrosul, Ronaldo dos Santos Custódio, em entrevista à Agência Brasil. "Trata-se do maior ou talvez do segundo maior empreendimento eólico latino-americano, conforme os critérios de avaliação, atrás apenas de outro projeto no Nordeste brasileiro", o de Alto Sertão 1, com capacidade de 294 MW e que envolve três municípios no sudoeste da Bahia: Caetité, Igaporã e Guanambi.

Segundo Custódio, se for somada ao Complexo de Geribatu a capacidade de 144 MW de outro empreendimento eólico da Eletrosul em Chuí (RS), a cerca de 20 quilômetros de Santa Vitória do Palmar, o resultado conjunto de 402 MW de ambos os complexos seria, "com certeza", o maior da América Latina. "Com os investimentos em curso, a Eletrosul é hoje a estatal mais engajada na produção de energia eólica no Brasil."

Além do Complexo Geribatu, a Eletrosul tem mais três empreendimentos eólicos, todos no Rio Grande do Sul, devido ao potencial energético da região. No último mês de junho, a empresa inaugurou o Complexo Eólico Cerro Chato, com 90 MW de capacidade, em Sant’Ana do Livramento, próximo à fronteira com o Uruguai. Nas imediações, está sendo construindo o Complexo Eólico Livramento, com 78 MW, que deverá entrar em operação no primeiro trimestre de 2013. As obras em Chuí devem ser iniciadas ainda este ano. Os quatro empreendimentos totalizam 570 MW de potência.

As primeiras obras em Santa Vitória do Palmar serão a abertura de acessos e a construção de fundações e plataformas. Cerca de 70 quilômetros de estradas serão abertos e recuperados. Aproximadamente 60 quilômetros de linhas subterrâneas transportarão a energia dos aerogeradores até uma subestação coletora. Cada aerogerador terá 78 metros de altura e 97 metros de diâmetro.

Conforme a Eletrosul, as obras devem gerar cerca de 3 mil empregos diretos e indiretos na região. Os aerogeradores serão instalados em áreas onde há produções de arroz e criação de gado, compatíveis com a instalação dos equipamentos. Os proprietários serão remunerados pela cessão do solo. "Os investimentos irão transformar o perfil econômico da cidade de Santa Vitória do Palmar, que tem cerca de 32 mil habitantes", prevê Custódio. "Além dos empregos, a população vai ganhar mais infraestrutura, segurança e uma renda extra."

Para escoar a energia dos complexos eólicos do litoral sul gaúcho, a Eletrosul, em parceria com a Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul, irá construir perto de 490 quilômetros de linhas de transmissão, três novas subestações e ampliar uma já existente. A previsão é de que as obras das linhas de transmissão, que devem custar R$ 700 milhões, sejam iniciadas até dezembro.

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