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Lista aponta mais de 100 mil crianças ligadas ao Estado Islâmico

Do total dessa lista, 16.121 menores (16%) nasceram após junho de 2014, data em que a criação do califado foi anunciada

Crianças em zona de guerra: de acordo com os pesquisadores, as crianças enfrentam falta de moradia, trauma, ansiedade, depressão, desemprego, violência doméstica e crime (AFP/AFP)

Crianças em zona de guerra: de acordo com os pesquisadores, as crianças enfrentam falta de moradia, trauma, ansiedade, depressão, desemprego, violência doméstica e crime (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 30 de outubro de 2019 às 15h50.

Os registros do grupo Estado Islâmico (EI) no Iraque, confiscados por soldados americanos, mostram que mais de 100.000 crianças foram registradas como dependentes de membros do EI, de acordo com um relatório publicado nesta quarta-feira.

Este relatório, intitulado "Minor Misery", foi preparado por pesquisadores do Centro de Combate ao Terrorismo (CTC) da escola militar americana de West Point, o único órgão autorizado a publicar dados desclassificados, depois de ser estudado pelos serviços de inteligência dos EUA.

Os documentos estudados se referem a "101.850 menores vinculados a pelo menos um adulto que recebe recursos do EI" (50,2% são meninas e 49,78% meninos).

Do total dessa lista, 16.121 menores (16%) nasceram após junho de 2014, data em que a criação do califado foi anunciada e, portanto, suscitam uma questão de nacionalidade, uma vez que suas certidões de nascimento não são reconhecidas.

Os pesquisadores do CTC foram capazes de determinar a nacionalidade de origem de 76.273 menores. A grande maioria (70.213) é iraquiana. No total, representam 57 países. Mais de 1.200 são da Jordânia, 654 da Síria, 380 da Turquia e 375 da Arábia Saudita. Entre os países europeus, os mais numerosos são os franceses (52) e os alemães (17).

Os pesquisadores do CTC lembram que esses números são necessariamente parciais e que o número de filhos de jihadistas nascidos ou que viveram sob a influência do EI, no Iraque e na Síria, é necessariamente maior.

"É contraproducente considerar todos os menores que viveram sob a influência do Estado Islâmico como bombas-relógio ou agentes adormecidos", afirmam os pesquisadores do CTC.

"Embora alguns deles possam cometer atos de terrorismo ou participar de conflitos, os desafios mais prováveis a curto, médio e longo prazo são falta de moradia, trauma, ansiedade, depressão, desemprego, violência doméstica ou crime", acrescentam.

O relatório de 26 páginas pode ser encontrado no site do Comitê de Combate ao Terrorismo.

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