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Lisboa quer ser a nova São Francisco

Imagine uma cidade com uma emblemática ponte dourada, bondes, surfistas bronzeados e um setor tecnológico vibrante. Pensou em São Francisco? Mas é Lisboa


	 Imagine uma cidade com uma emblemática ponte dourada, bondes, surfistas bronzeados e um setor tecnológico vibrante. Pensou em São Francisco? Sim, sem dúvida. Mas e Lisboa?
 (SXC.Hu)

Imagine uma cidade com uma emblemática ponte dourada, bondes, surfistas bronzeados e um setor tecnológico vibrante. Pensou em São Francisco? Sim, sem dúvida. Mas e Lisboa? (SXC.Hu)

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Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2015 às 10h13.

Imagine uma cidade com uma emblemática ponte dourada, bondes, surfistas bronzeados e um setor tecnológico vibrante. Pensou em São Francisco? Sim, sem dúvida. Mas e Lisboa?

A capital portuguesa já tem a ponte, os bondes e os surfistas. Agora, ela também está começando a exibir sua força tecnológica e várias startups em Lisboa estão chamando a atenção de investidores internacionais.

A Uniplaces foi fundada há três anos e encontra alojamento para estudantes em 38 países. Ela recebeu financiamento de investidores-anjo renomados, como Alex Chesterman, fundador da Zoopla, e de empresas europeias de capital de risco, como a Octopus Investments.

André Albuquerque, diretor de crescimento da Uniplaces, acha que a comparação entre Lisboa e São Francisco é pertinente. “É um ambiente que está prosperando e vejo muitas semelhanças na energia das pessoas que estão em ambas as cidades”.

Por sua vez, a Talkdesk – uma fabricante de software para centros de atendimento telefônico – captou milhões com investidores estratégicos, como a fabricante americana de software corporativo Salesforce.com. A Google Ventures investiu dinheiro na empresa de tradução de idiomas Unbabel.

Essas três empresas estão optando por desenvolver seus negócios com foco internacional em Lisboa, em vez de se mudarem para centros mais consolidados, como Londres, Berlim ou a Califórnia. Mas, além de terem ficado, essas empresas também estão começando a atrair talentos do exterior.

Os empreendedores com sede em Lisboa dizem que muitos agora estão contratando com rapidez desenvolvedores de lugares tão distantes quanto a Ásia e a América Latina, oferecendo um estilo de vida rico, repleto de sol e surfe, em uma cidade onde o custo de vida é menor que o de Berlim ou Londres.

“Estamos observando que estão chegando a Portugal muitas pessoas de outros países, seja da China ou dos EUA”, disse Albuquerque, da Uniplaces. “Estamos vendo toda a infraestrutura surgir e nascer no centro de Lisboa e acomodar esse crescimento”.

Exuberância e realismo

Além disso, a cena crescente das startups em Portugal ganhará um impulso quando a cidade receber o maior evento de startups da Europa – o Web Summit, a partir de 2016.

O apetite estava aguçado depois que a Codacy – uma ferramenta automática de revisão de código, com sede em Lisboa – venceu o concurso de apresentações na última edição do Web Summit.

Então, depois de cinco anos em Dublin, o evento que reúne 22.000 inovadores, investidores e meios de comunicação internacionais agora vai se mudar para as margens mais quentes do litoral atlântico a partir de 2016. Foi uma grande conquista e há uma empolgação palpável entre os empreendedores e investidores em Portugal.

“Sinceramente, eu acredito que Lisboa poderia ser um dos canais que unirão a Europa aos EUA”, disse Alexandre Barbosa, sócio fundador da investidora e incubadora Faber Ventures.

Mas em meio à exuberância também existe uma dose saudável de realismo.

“Lisboa costuma ser vista como o West Coast da Europa, mas obviamente há uma enorme diferença em escala e em maturidade entre esses dois centros”, disse Barbosa.

Nenhuma startup de Lisboa conseguiu ainda se vender nem a uma empresa maior nem ao público através da venda de ações. Os empreendedores tecnológicos ainda não injetaram milhões de volta ao ecossistema. Lisboa agora precisa de sua rajada de aberturas de capital – uma versão portuguesa da Zalando ou da Just Eat –, o tipo de venda que estimulou o crescimento contínuo em Londres e, mais recentemente, em Berlim.

Com grandes ambições, as rodadas de financiamento maiores estão por vir, dizem os fundadores das startups portuguesas. E o Web Summit de 2016 será a plataforma ideal para ver como a cidade captará a nova onda de talentos tecnológicos que agora está arrebentando nas praias portuguesas.

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