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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.
Rio - A distribuidora de energia elétrica Light vai devolver R$ 2,975 milhões aos consumidores que sofreram apagões no mês de janeiro deste ano, informou hoje o novo presidente da companhia em sua primeira entrevista coletiva no cargo, Jerson Kelman. O valor será disponibilizado já nas contas de abril, disse Kelman.
A devolução faz parte da nova regra de compensação ao consumidor por eventuais cortes de energia estabelecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para ocorrer a partir de 2010. Até 2009, as distribuidoras pagavam uma multa quando excediam meta prevista pela Aneel como aceitável para este tipo de ocorrência. O pagamento neste caso ia para um fundo de compensação ao consumidor gerenciado pela agência.
Agora, a reguladora determina que a distribuidora devolva o dinheiro na conta do consumidor. O cálculo é feito com base no total de kilowatt-hora (kWh) que o cliente deixou de consumir durante o período de apagão. O valor é equivalente a 15 vezes o que ele pagaria se tivesse consumido esta quantidade.
O impacto da nova medida é consideravelmente maior do que na fórmula antiga de compensação. Sob o sistema anterior, a Light pagou entre janeiro e dezembro do ano passado uma média mensal de R$ 263 mil. "Só referente ao primeiro mês deste ano nossa média mensal aumentou em dez vezes", frisou o presidente, lembrando que isso deve se repetir em fevereiro e março, meses em que o Rio ainda está sendo afetado pelos apagões.
Nos últimos três dias, por exemplo, parte do centro do Rio ficou às escuras por conta de um incêndio ocorrido nas galerias subterrâneas por onde passam os cabos de energia da empresa, afetando 3,2 mil clientes do total de 4 milhões da Light. "Sabemos da gravidade da situação, pedimos desculpas e garantimos que estamos fazendo o nosso melhor para evitar que quando houver um consumo próximo da capacidade máxima de distribuição, provavelmente no próximo verão, muitos destes incidentes diminuam", disse.
Ele destacou que os registros de apagões aumentaram em 2009, a despeito do crescimento dos investimentos de maneira significativa especialmente nos dois últimos anos. Para a nova gestão, agora sob administração da Cemig, como principal acionista da companhia, a Light vai também reforçar a segurança nas galerias subterrâneas para impedir o roubo de cobre de cabos e boias. "Além da modernização do sistema, da expansão da rede principalmente junto à baixa renda, para evitar o furto de energia, esta será uma ação para reforçar nosso sistema", afirmou Kelman.
Ele ainda destacou que a companhia vai avaliar o valor de R$ 9,5 milhões cobrados pela Aneel como multa pelos apagões ocorridos entre novembro e janeiro. Esta é uma multa que está dissociada do sistema de compensação citado acima. Ela tem que ser paga com investimentos em melhorias do sistema. "Vamos avaliar se este valor é justo e se chegarmos a conclusão que está correto tecnicamente vamos efetuar o pagamento", disse.