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Líderes latino-americanos se preparam para encontro com Trump

Encontro deve ser constrangedor e tenso pelo fato de Trump já ter criticado países latino-americanos por causa da imigração

Donald Trump: presidente segue para a América Latina nesta semana para participar da Cúpula das Américas (Ralph Freso/Getty Images)

Donald Trump: presidente segue para a América Latina nesta semana para participar da Cúpula das Américas (Ralph Freso/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 9 de abril de 2018 às 08h37.

Washington/Lima - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que já criticou países latino-americanos por causa da imigração, dos narcóticos e do comércio, segue para a região nesta semana para participar de uma cúpula que, segundo diplomatas, deve ser constrangedora e tensa.

Trump chegará a Lima, capital do Peru, na sexta-feira para a Cúpula das Américas visando estimular os laços comerciais e pedir a aliados que endureçam com a Venezuela, segundo autoridades dos EUA que conversaram com os repórteres sobre a viagem.

Mas a retórica hostil do presidente e as relações desgastadas com líderes como o presidente do México, Enrique Peña Nieto, tornam improvável que ele obtenha grandes avanços nestas metas, dizem especialistas.

"Ele chega à região profundamente impopular, e isso obviamente complica a capacidade dos líderes de trabalhar com ele", disse Mark Feierstein, que tratou de temas do hemisfério para a Casa Branca do ex-presidente Barack Obama e hoje é conselheiro do Albright Stonebridge Group.

A visita está provocando saudades de Obama, o antecessor do presidente republicano, disse um diplomata peruano, que no entanto acrescentou: "Ninguém perde o sono com Trump. Todos nós sabemos sorrir e acenar, então não estamos muito preocupados".

Trump já se queixou da perda de empregos norte-americanos para o México, ameaçou acabar com o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês) com o México e o Canadá e lançou sua campanha presidencial com um discurso no qual descreveu imigrantes mexicanos como "estupradores" e traficantes de droga.

Trump também atacou a imigração proveniente de Nicarágua, Honduras, El Salvador e outros países latino-americanos e ameaçou interromper o envio de ajuda à Colômbia e ao Peru por causa do tráfico de drogas.

Na iminência da viagem, que inclui uma parada na Colômbia após a cúpula, Trump intensificou a retórica contra a imigração ilegal com o plano de enviar soldados da Guarda Nacional para a fronteira com o México.

Depois do primeiro ano de Trump no cargo, só 16 por cento de entrevistados em pesquisas feitas na América Latina aprovaram seu desempenho, de acordo com o Gallup.

Uma fonte do governo do Brasil disse à Reuters, sob condição de anonimato, que uma agenda positiva de Washington "é muito necessária se o governo Trump quiser manter relações produtivas com a região".

 

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