Mundo

Líderes da Ucrânia dizem ter apoio dos EUA contra agressores

Governo reiniciou nesta quarta-feira a ofensiva contra os rebeldes pró-Russia do leste do país


	Policiais ucranianos em frente a manifestantes pró-Rússia na Ucrânia: autoridades decidiram retomar a "operação antiterrorista" contra milícias separatistas que ocupam prédios públicos
 (REUTERS/Gleb Garanich)

Policiais ucranianos em frente a manifestantes pró-Rússia na Ucrânia: autoridades decidiram retomar a "operação antiterrorista" contra milícias separatistas que ocupam prédios públicos (REUTERS/Gleb Garanich)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2014 às 10h41.

Kiev - O governo da Ucrânia reiniciou nesta quarta-feira a ofensiva contra os rebeldes pró-russo do leste do país, após uma trégua pela Páscoa, e as autoridades de Kiev disseram ter o apoio dos Estados Unidos.

Motivado em parte pela descoberta do corpo de um político ucraniano com marcas de tortura, as autoridades decidiram retomar a "operação antiterrorista" contra milícias separatistas que ocupam prédios públicos em cerca de uma dúzia de localidades.

Mas não está claro o que Kiev pode fazer para restaurar sua autoridade nas regiões russófonas sem violar o acordo internacional, assinado na semana passada em Genebra, que busca resolver o impasse.

A crise ucraniana, no seu quarto mês, fez com que as relações entre Rússia e o Ocidente alcançassem seu pior momento desde o final da Guerra Fria. Uma maior escalada pode levar a sanções econômicas prejudiciais, às quais a Rússia pode retaliar interrompendo o fornecimento de gás para a Europa.

"As forças de segurança estão trabalhando na liquidação dos grupos armados ilegais" no leste da Ucrânia, disse o vice-premiê Vitaly Yarema a jornalistas. "As atividades correspondentes serão realizadas no futuro próximo, e vocês verão os resultados." O governo ucraniano que tomou posse após a queda do presidente pró-russo Viktor Yanukovich, parece mais confiante depois de receber na terça-feira a visita do vice-presidente dos EUA, Joe Biden.

Ele trouxe um pacote de ajuda e pediu à Rússia que controle as milícias separatistas ucranianas. "Obtivemos o apoio dos Estados Unidos, eles não nos deixarão sozinhos com um agressor. Esperamos que, no caso de agressão russa, essa ajuda seja mais substancial", afirmou Yarema.


Os EUA e a Otan já deixaram claro que não intervirão militarmente na Ucrânia. Mas o Pentágono anunciou o envio de 600 soldados para a Polônia, Letônia, Estônia e Lituânia para realizarem exercícios de infantaria, numa atividade destinada a tranquilizar os países da Otan.

A Ucrânia e governos ocidentais acusam a Rússia de usarem agentes infiltrados para fomentar a inquietação no leste da Ucrânia. Moscou nega isso e diz que os ucranianos do leste se rebelaram espontaneamente contra um governo ucraniano que seria, segundo essa versão, ilegítimo e alinhado com nacionalistas de ultradireita.

Em Moscou, o chanceler russo, Serguei Lavrov, disse que a uma TV que a Rússia reagirá se os interesses de cidadãos russos forem atacados. "Que cidadãos russos sejam atacados é um ataque contra a Federação Russa", afirmou, repetindo um argumento já usado para justificar a anexação da península da Crimeia por Moscou.

Acompanhe tudo sobre:Crises em empresasEstados Unidos (EUA)Países ricosUcrânia

Mais de Mundo

Domo de Ferro, Arrow, C-Dome e Patriot: Conheça os sistemas de defesa aérea utilizados por Israel

Smartphones podem explodir em série como os pagers no Líbano?

ONU diz que risco de desintegração do Estado de Direito na Venezuela é muito alto

Quem é Ibrahim Aqil, comandante do Hezbollah morto em ataque de Israel a Beirute