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Líder soviético Gorbachev alerta para nova Guerra Fria

Mikhail Gorbachev expressou sua inquietude em uma entrevista a um jornal sobre o impasse em curso na Ucrânia


	O ex-presidente soviético, Mikhail Gorbachev: "como primeiro passo, a lógica de acusações e sanções mútuas deve ser abandonada”
 (Fabrice Coffrini/AFP)

O ex-presidente soviético, Mikhail Gorbachev: "como primeiro passo, a lógica de acusações e sanções mútuas deve ser abandonada” (Fabrice Coffrini/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2014 às 13h19.

Moscou - O ex-presidente soviético Mikhail Gorbachev alertou líderes ocidentais e o presidente russo, Vladimir Putin, a não arrastarem o mundo para uma nova versão da Guerra Fria, que ele ajudou a encerrar um quarto de século atrás.

Gorbachev, que esteve hospitalizado recentemente, expressou sua inquietude em uma entrevista a um jornal sobre o impasse em curso na Ucrânia, que levou os Estados Unidos e a União Europeia a impor sanções à Rússia, e Moscou a retaliar proibindo a maioria das importações de alimentos do Ocidente.

“Como primeiro passo, a lógica de acusações e sanções mútuas deve ser abandonada”, disse o ex-líder de 83 anos ao diário Rossiiskaya Gazeta.

“Ninguém deve se deixar arrastar mais uma vez para uma nova Guerra Fria. As ameaças em comum à nossa segurança não desapareceram”, acrescentou ele. Voz moderada na Rússia, onde a mídia pró-Kremlin frequentemente aponta os EUA como força destrutiva dedicada a desestabilizar seu país, Gorbachev afirmou que Moscou e o Ociente têm mais desafios compartilhados do que divisões.

Ele listou os perigos que o mundo enfrenta, como a epidemia de Ebola e a insurgência do Estado Islâmico no Iraque e na Síria, e disse que estes podem ajudar a aproximar as duas partes.

“Diante de desafios compartilhados, podemos encontrar uma linguagem comum novamente. Não será fácil, mas não há outra opção”, declarou na entrevista às vésperas da comemoração dos 25 anos da queda do Muro de Berlim em 9 de novembro de 1989.

Um porta-voz da fundação de Gorbachev, sediada em Moscou, informou que ele pretende viajar a Berlim para os festejos, e não quis comentar por que o ex-líder passou uma noite em um hospital na semana passada.

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