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Líder separatista assegura lugar na história da Escócia

Alex Salmond tem razões para estar satisfeito com o seu referendo separatista na Escócia, que decidirá o destino do país


	Alex Salmond: no pior dos casos, Salmond conseguirá grandes concessões de Londres
 (Russell Cheyne/Reuters)

Alex Salmond: no pior dos casos, Salmond conseguirá grandes concessões de Londres (Russell Cheyne/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2014 às 13h46.

Londres - Alex Salmond, impulsionador de uma Escócia independente, tem razões para estar satisfeito com o seu referendo separatista, que decidirá o destino daquele país: no melhor dos casos, obterá uma vitória histórica, e, no pior dos cenários, conseguirá grandes concessões por parte de Londres.

O ex-funcionário e ex-economista do Royal Bank of Scotland pode, legitimamente, aspirar a alcançar, aos 59 anos, o sonho de uma vida.

Se em 18 de setembro o "Sim" vencer, ele será o pai da independência, enquanto que, se o "Não" sair vencedor, seus adversários se comprometerão em dar maior autonomia ao governo regional que lidera.

O separatista que abalou Londres e que faz os nacionalistas sonharem fala enfaticamente de seu projeto para uma nação de 5,3 milhões de pessoas, um futuro distante da Inglaterra, do País de Gales e da Irlanda do Norte, fora do Reino Unido.

Ele pretende "libertar os escoceses" de três séculos de União; romper "as algemas" que unem Edimburgo a Westminster, o Parlamento britânico em que beneficiou de um assento entre 1987 e 2010; presidir "um dos mais menores países mais ricos do mundo".

Um país que seguirá o modelo social-democrata escandinavo, membro da UE e da Otan, mas sem armas nucleares. Rico como a Noruega e a Suíça, graças ao ouro negro do petróleo do Mar do Norte e o âmbar dourado, o uísque.

Contra os separatistas, que antes zombavam de seu sonho e que hoje o temem, proclama: "Nossa hora chegou, nada pode nos deter."

Seus partidários elogiam sua determinação e habilidade política. Seus opositores o veem como arrogante, misógino e com uma propensão ao populismo.

No entanto, a imprensa britânica concorda em ver nele um dos políticos mais talentosos de sua geração.

Puro produto escocês

Nascido no último dia de 1954 em um bairro de classe operária de Linlithgow, perto de Edimburgo, Alexander Elliot Anderson Salmond é um produto local puro como evidenciado por seu sotaque e bacharelado, em economia e história medieval pela prestigiosa Universidade de St. Andrews.

Sua sorte mudou em 1990, quando então deputado pelo Banff y Buchan assumiu as rédeas do marginal Partido Nacional Escocês (SNP). O converteu em centrista, quatro anos antes de Tony Blair fazer da "máquina trabalistas de perder" o glamouroso "New Labour".

David Torrance, autor de "Salmond: Against the Odds" (Salmond, contra todas as probabilidades), traça um paralelo entre os dois escoceses, dois homens mais pragmáticos do que dogmáticos. Para eles, "o que importa é o que funciona".

Em 2000, o SNP registrou um revés nas eleições para o Parlamento regional em Holyrood, recuperado pelo governo Blair, em nome da descentralização.

Alex Salmond deixou a liderança do seu partido "para sempre". "Eu mudei de ideia", disse ele com calma quatro anos depois.

Eleito primeiro-ministro regional em 2007, dominou o heterogêneo SNP com um punho de ferro. Deliberadamente provocador, lembrou que seu pai era um admirador do ditador soviético Joseph Stalin.

Em 2011, o SNP finalmente ganhou a maioria absoluta no Parlamento escocês.

Salmond, que recrutou para sua causa o ator Sean Connery e que cultiva amizade com magnatas como Rupert Murdoch e Donald Trump, exigiu um referendo. E ele conseguiu.

Anti-Westminster

De acordo com seus colegas, ele tem "um temperamento explosivo" e um senso inato de proferir as palavras mais ofensivas e contundentes. Sua piada política favorita? "Há mais pandas gigantes (dois) no Zoo de Edimburgo que deputados conservadores para a Escócia". Na verdade, apenas um sobreviveu ao tsunami SNP.

Salmond carrega contra ele o "establishment" de Westminster, como é conhecido no Parlamento britânico e no mundo político de Londres, mas nega qualquer sentimento anti-britânico. Apesar de supostamente ser republicano, prometeu manter a rainha Elizabeth como soberana.

Comunicativo, não diz nada sobre sua vida privada. Sua esposa Moira, 17 anos mais velha que ele, raramente aparece ao seu lado. O casal não tem filhos.

Suas paixões? Ama corrida de cavalos e por um tempo fez previsões para um jornal de Glasgow. Desfruta com um bom vinho Bordeaux, o curry, e é fã de futebol, torcendo para o Hearts.

Também gosta de cantar. Com uma predileção por "Scots Wha Hae", que narra a vitória escocesa sobre os ingleses na Batalha de Bannockburn, há 700 anos.

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