Abbas: o líder palestino foi criticado pelo primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu (Issam Rimawi/Reuters)
EFE
Publicado em 4 de maio de 2018 às 09h35.
Jerusalém - O presidente palestino, Mahmoud Abbas, pediu nesta sexta-feira desculpas aos judeus pelos seus comentários de segunda-feira passada, que tinham sido amplamente condenados e tachados de antissemitas, e reiterou sua condenação ao Holocausto.
"Aos que se ofenderam pelos meus comentários perante o Conselho Nacional Palestino, especialmente os de fé judia, quero me desculpar. Quero garantir a todo o mundo que não era minha intenção (ofender) e reiterar meu respeito absoluto à fé judia e ao resto de credos monoteístas", afirmou em comunicado.
Abbas ressaltou sua "condenação ao Holocausto, o crime mais atroz da história" e expressou sua "simpatia com as vítimas".
"Do mesmo modo, condenamos o antissemitismo em todas as suas formas e confirmamos o nosso compromisso com a solução dos dois Estados, para conviver uns junto aos outros em paz e segurança", acrescentou a nota, divulgada pelo seu escritório após dias de críticas ao presidente palestino pelas suas controversas declarações.
Abbas atribuiu na segunda-feira o Holocausto e outros ataques aos judeus na Europa a "questões sociais" e "financeiras", como o fato de essa comunidade se dedicar "à usura e aos empréstimos", e afirmou que os "pogroms" não se deveram a motivos religiosos e nem ao antissemitismo.
Além disso, acusou o regime nazista de Adolf Hitler de impulsionar a migração judia à Palestina em 1933.
O enviado da ONU para o Oriente Médio, Nickolay Mladenov, qualificou as palavras de Abbas de "inaceitáveis", "profundamente preocupantes" e contrárias "aos interesses do povo palestino e à paz no Oriente Médio".
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o considerou "outro discurso antissemita" cheio de "enorme ignorância e insolência" e o ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas, também mostrou rejeição e expressou que seu país "está comprometido contra toda relativização do Holocausto".