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Líder oposicionista irá presidir Congresso da Venezuela

Ramos, que deve assumir no cargo nos próximos dias, é conhecido por suas fortes críticas ao governo Nicolás Maduro


	Parlamento da Venezuela: Ramos, que deve assumir no cargo nos próximos dias, é conhecido por suas fortes críticas ao governo Nicolás Maduro
 (Carlos Garcia Rawlins / Reuters)

Parlamento da Venezuela: Ramos, que deve assumir no cargo nos próximos dias, é conhecido por suas fortes críticas ao governo Nicolás Maduro (Carlos Garcia Rawlins / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 4 de janeiro de 2016 às 12h45.

Caracas - O líder oposicionista Henry Ramos Allup, do partido Ação Democrática (AD) foi escolhido na noite de ontem (03) o novo presidente da Assembleia Nacional da Venezuela.

Ramos, que deve assumir no cargo nos próximos dias, é conhecido por suas fortes críticas ao governo Nicolás Maduro.

Em uma eleição marcada pela maioria oposicionista, que venceu as eleições legislativas de dezembro, Ramos derrotou o candidato Julio Borges, membro do partido (PJ) Primeiro Justiça, uma nova e mais moderada legenda que ficou com a maioria dos assentos do bloco de oposição.

Embora o novo presidente não tenha participado dos recentes protestos nas ruas contra o governo, ele ganhou a eleição com a ajuda da ala mais radical da oposição, que organiza manifestações e atos antigovernistas.

Já partidários de Borges defendem a negociação e o foco nas eleições.

Em seu discurso, o novo presidente da Assembleia Nacional disse que a próxima legislatura irá mostrar aos venezuelanos um caminho mais democrático.

"Pedimos ao povo que assista a nós, que nos peça por mais e que nos vigie para que cumpramos o que prometemos", disse.

No início de dezembro, a oposição conquistou, por apenas um assento, a "supermaioria" de dois terços do Congresso, o que lhe garante, em tese, poderes para aprovar reformas constitucionais, designar ou remover magistrados do Tribunal Supremo de Justiça e nomear os reitores do Conselho Nacional Eleitoral, o promotor-geral e o defensor público, entre outros postos.

Entretanto, desavenças políticas e estratégicas entre os partidos oposicionistas devem dificultar a aprovação de projetos mais ambiciosos, disse R. Evan Ellis, professor de estudos latino-americanos do Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade do Exército dos Estados Unidos.

"Imagino que o governo também irá usar uma combinação de incentivos pessoais e intimidações legais para tentar cooptar parte dos membros do novo Congresso", disse.

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