Bolívia: a líder assumiu o cargo nesta quarta-feira (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
Reuters
Publicado em 13 de novembro de 2019 às 13h14.
La Paz - A líder interina da Bolívia, Jeanine Áñez, chegou nesta quarta-feira à Casa do Governo, no centro de La Paz, para assumir suas funções depois de se autoproclamar presidente no dia anterior na tentativa de acabar com o vácuo de poder surgido após a renúncia de Evo Morales.
Em meio à crise política desencadeada pela saída de Morales sob pressão das Forças Armadas, os enfrentamentos entre seguidores e opositores do ex-presidente continuavam. Na tarde desta quarta-feira se espera uma grande manifestação convocada por um sindicato de professores da capital boliviana.
Áñez chegou de manhã ao "Palácio Quemado", como é conhecido o edifício presidencial boliviano histórico, que Morales havia deixado de usar por considerá-lo um símbolo do velho poder.
A presidenta interina é questionada pelos partidários de Morales porque a Assembleia Legislativa na qual assumiu a Presidência interinamente não reuniu o quórum necessário devido à ausência dos parlamentares leais ao ex-presidente, que na segunda-feira deixou o país para se asilar no México.
Com a ascensão de Áñez, a oposição pretende preencher o vácuo de poder surgido após a renúncia de Morales, de seu vice-presidente e dos titulares de ambas as câmaras do Congresso.
O líder indígena abandonou o cargo no domingo denunciando um golpe de Estado depois que as Forças Armadas lhe "sugeriram" renunciar em meio aos grandes protestos de opositores que o acusavam de cometer fraude nas eleições de 20 de outubro.
A situação institucional da Bolívia provocou divisões na América Latina entre uma centro-direita que considera que Morales cometeu fraude e devia deixar o poder e uma centro-esquerda que aponta um golpe de Estado contra ele.
Nesta quarta-feira, o governo do presidente Jair Bolsonaro reconheceu Áñez como presidente da Bolívia através de uma mensagem no Twitter.