Mundo

Líder dos golpistas em Mali promete devolver o poder em até 9 meses

Amadu Haya Sonogo, que já se apresenta como o novo presidente, rejeitou a qualificação de golpista e assinalou que conta com a confiança de todas as Forças Armadas

Sanogo: "Devolverei o poder em três, seis ou nove meses, depois da minha missão" (Habibou Kouyate/AFP)

Sanogo: "Devolverei o poder em três, seis ou nove meses, depois da minha missão" (Habibou Kouyate/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de março de 2012 às 06h43.

Bamaco - O capitão Amadu Haya Sanogo, líder do grupo militar que depôs o presidente malinês, Amadu Tumani Turé, afirmou que devolverá o poder em até nove meses, ao término de sua 'missão'.

Em declarações à rede de televisão privada Africable, Sanogo indicou que conta com a confiança das Forças Armadas.

'Devolverei o poder em três, seis ou nove meses, depois da minha missão. Tenho ministros comigo e relações com os membros da comunidade internacional', indicou o chefe da Junta Militar.

Sonogo, que já se apresenta como o novo presidente de Mali, insistiu em rejeitar a qualificação de golpista e assinalou que conta com a confiança de todas as Forças Armadas e de segurança, 'sem exceção'.

'Somos soldados com consciência da realidade e assumimos o risco de agir. Não matamos ninguém. O que é certo, é que no momento oportuno cada um responderá por seus atos perante uma jurisdição competente', disse, sem dar mais explicações.

O líder golpista também manifestou que não é filiado a nenhum partido político nem responde a algum deles.

'Não pertenço a nenhum partido político. Jamais votei em minha vida. Meu objetivo é que Mali tenha um Exército competitivo, equipado, profissional. Um país que tenha calma e viva do perdão e da paz', acrescentou.

Por outro lado, Sanogo não ofereceu nenhum dado sobre o programa político nem ofereceu nenhuma novidade sobre o paradeiro do presidente deposto.

Na quinta-feira, os golpistas justificaram sua ação com o argumento de que Turé mostrara-se incapaz de solucionar a crise no norte do país e o culparam por não ter dotado o Exército dos recursos necessários para fazer frente à rebelião separatista tuaregue e às organizações vinculadas à Al Qaeda.

Desde meados de janeiro, os tuaregues do denominado Movimento Nacional de Libertação de Azawad (MNLA) mantêm uma guerra aberta com o Exército malinês, que sofreu dezenas de baixas e teve muitos de seus soldados capturados pelos separatistas.

O MNLA reivindica a independência de Azawad, uma ampla região de 850 mil quilômetros quadrados.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaDitaduraGoverno

Mais de Mundo

Disney expande lançamentos de filmes no dinâmico mercado chinês

Polícia faz detonação controlada de pacote suspeito perto da Embaixada dos EUA em Londres

Quem é Pam Bondi indicada por Trump para chefiar Departamento de Justiça após desistência de Gaetz

Na China, diminuição da população coloca em risco plano ambicioso para trem-bala