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Líder do Irã expressa desprezo por discussões sobre acordo nuclear

Hassan Rouhani descreveu Donald Trump como um "comerciante" sem qualificação para lidar com um pacto internacional complexo

Irã: presidente do país, Hassan Rouhani, expressou desprezo nesta quarta-feira por discussões entre líderes dos EUA e da Europa sobre o acordo nuclear com Teerã (Danish Siddiqui/Reuters)

Irã: presidente do país, Hassan Rouhani, expressou desprezo nesta quarta-feira por discussões entre líderes dos EUA e da Europa sobre o acordo nuclear com Teerã (Danish Siddiqui/Reuters)

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Reuters

Publicado em 25 de abril de 2018 às 08h33.

Beirute - O presidente do Irã, Hassan Rouhani, expressou desprezo nesta quarta-feira por discussões entre líderes dos Estados Unidos e da Europa sobre o acordo nuclear com Teerã, e desdenhou do presidente dos EUA, Donald Trump, que descreveu como um "comerciante" sem qualificação para lidar com um pacto internacional complexo.

Rouhani se pronunciou após a visita do presidente francês, Emmanuel Macron, a Washington para tentar persuadir Trump a não abandonar o acordo de 2015, segundo o qual o Irã reduziu seu programa nuclear em troca da suspensão de sanções.

"Eles dizem que, com um certo líder de um país europeu, queremos tomar uma decisão sobre um acordo de sete partes", disse Rouhani em um discurso transmitido ao vivo na televisão estatal. "Para quê? Com que direito?", acrescentou.

Ele demonstrou desprezo especial por Trump, que classificou o pacto como um dos piores já negociados e ameaçou restaurar sanções norte-americanas contra o Irã no mês que vem a menos que aquilo que vê como defeitos graves sejam corrigidos.

"Você não tem nenhuma experiência com política. Você não tem nenhuma experiência com leis. Você não tem nenhuma experiência com tratados internacionais", disse Rouhani."Como um comerciante, um mercador, um construtor de prédios, um construtor de torres pode julgar assunto internacionais?", acrescentou, referindo-se à carreira de Trump no setor imobiliário.

As outras potências que firmaram o acordo com o Irã - China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha - disseram querer preservá-lo. Muitos no Ocidente o veem como a melhor chance de impedir Teerã de obter uma bomba nuclear e evitar uma corrida armamentista atômica no Oriente Médio.

Na tentativa de salvar o pacto e ao mesmo tempo satisfazer o clamor de Trump por ações mais duras, Macron propôs que os EUA e a Europa bloqueiem qualquer atividade nuclear iraniana até 2025 e além, abordem o programa de mísseis balísticos do regime e criem condições para uma solução política que contenha o Irã no Iêmen, na Síria, no Iraque e no Líbano.

A chanceler alemã, Angela Merkel, conversará com Trump em Washington no final desta semana.Autoridades iranianas de alto escalão vêm repetindo que o programa de mísseis balísticos do país não está aberto a negociações.

 

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