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Líder do EI deixou Mosul e se escondeu no deserto, dizem fontes

Mas fontes de inteligência dos EUA e do Iraque disseram que a ausência de comunicação oficial e a perda de território em Mosul levam a crer sobre abandono

Abu Bakr al-Baghdadi já mostrou ser um alvo esquivo, usando raramente meios de comunicação que podem ser monitorados e se movimentando constantemente (Reuters/Reuters)

Abu Bakr al-Baghdadi já mostrou ser um alvo esquivo, usando raramente meios de comunicação que podem ser monitorados e se movimentando constantemente (Reuters/Reuters)

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Reuters

Publicado em 8 de março de 2017 às 11h07.

Mosul / Washington - Autoridades dos Estados Unidos e do Iraque acreditam que o líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, encarregou comandantes operacionais acompanhados de seguidores radicais de ficarem e lutarem pela cidade de Mosul, e está se escondendo no deserto, preocupado sobretudo com sua própria sobrevivência.

É impossível confirmar o paradeiro do "califa" do grupo, que se declarou comandante de todos os muçulmanos durante discurso feito na Grande Mesquita de Mosul depois que suas forças varreram o norte iraquiano em 2014.

Mas fontes de inteligência dos EUA e do Iraque disseram que a ausência de comunicação oficial da liderança do grupo e a perda de território em Mosul levam a crer que ele abandonou a cidade, de longe o maior centro populacional que o Estado Islâmico já controlou.

Baghdadi já mostrou ser um alvo esquivo, usando raramente meios de comunicação que podem ser monitorados e se movimentando constantemente, com frequência várias vezes em um ciclo de 24 horas, segundo as fontes.

Baseadas nos esforços para rastreá-lo, elas creem que ele se esconde entre simpatizantes civis em vilarejos desérticos familiares, e não com combatentes em suas tendas, situadas em áreas urbanas onde os confrontos estão ocorrendo, disseram as fontes.

No auge de seu poder, dois anos atrás, o Estado Islâmico governou milhões de pessoas em territórios que se estendiam do norte da Síria, passando por cidades e vilarejos ao longo dos vales dos rios Tigre e Eufrates, até os arredores de Bagdá, capital do Iraque.

Cinco meses atrás, forças iraquianas auxiliadas pelos Estados Unidos iniciaram uma operação para recapturar Mosul, cidade ao menos quatro vezes maior que qualquer outra que o grupo tenha ocupado. A maior batalha no país desde a invasão norte-americana de 2003 vem transcorrendo lentamente, em parte porque centenas de milhares de civis continuam na linha de fogo.

As forças iraquianas de 100 mil combatentes recuperaram totalmente a metade leste da cidade em janeiro, e no mês passado comandantes iniciaram uma ofensiva para cruzar o Tigre e tomar o oeste de Mosul. O avanço vem sendo constante desde então, e a coalizão diz que sua vitória agora é inevitável, o que irá desmantelar o califado no Iraque.

As fontes de inteligência apontam para a diminuição acentuada de postagens do Estado Islâmico em redes sociais como indício de que Baghdadi e seu círculo vêm ficando cada vez mais isolados.

O próprio Baghdadi não divulga um discurso gravado desde o início de novembro, duas semanas depois do início da batalha de Mosul, quando conclamou seus seguidores a combaterem os "infiéis" e "fazer seu sangue correr como rios".

Nem Baghdadi nem nenhum de seus assessores próximos divulgou comentários sobre a queda do leste da cidade no primeiro mês do ano.

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