Ledezma: "Peço a minha esposa e filhas que entendam. Elas passaram longas horas de angústia sem saber onde eu estava" (Roberto Jayme/Reuters)
Reuters
Publicado em 17 de novembro de 2017 às 15h46.
CAracas- O líder da oposição venezuelana Antonio Ledezma, que foi detido em 2015 sob alegações de planejar um golpe, e que estava em prisão domiciliar em Caracas, fugiu pela fronteira para a Colômbia nesta sexta-feira.
Ledezma, o oponente mais conhecido do presidente socialista Nicolás Maduro depois de Leopoldo López, disse ter passado por 29 postos de controle da polícia e do Exército durante uma jornada clandestina por via terrestre que manteve em segredo de seus entes queridos.
"Peço a minha esposa e filhas que entendam. Elas passaram longas horas de angústia sem saber onde eu estava", disse o veterano de 62 anos aos repórteres na cidade colombiana fronteiriça de Cúcuta depois de cruzar uma ponte de San Antonio, na Venezuela.
"Foi uma decisão só minha", acrescentou.
Em 2014 o ex-prefeito metropolitano de Caracas liderou protestos de rua contra Maduro que provocaram meses de violência e causaram 43 mortes.
Maduro o apelidou de "O Vampiro", e autoridades o acusaram de ajudar manifestantes radicais violentos, incluindo militares dissidentes que planejavam depor o presidente através de ataques aéreos.
Ledezma negou as acusações, que disse serem fabricadas.
"Bem-vindo à liberdade", escreveu no Twitter o ex-presidente da Colômbia Andrés Pastrana, que tem relacionamento próximo com a oposição na Venezuela.