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Líder de Mianmar nega estar sendo leniente com militares

Declaração de Aung San Suu Kyi vem após a líder condenar os abusos de direitos humanos no Estado de Rakhine na terça-feira

Aung San Suu Kyi: "nosso objetivo tem sido a reconciliação nacional desde o começo. Jamais criticamos os próprios militares, mas somente suas ações" (Soe Zeya Tun/Reuters)

Aung San Suu Kyi: "nosso objetivo tem sido a reconciliação nacional desde o começo. Jamais criticamos os próprios militares, mas somente suas ações" (Soe Zeya Tun/Reuters)

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Reuters

Publicado em 20 de setembro de 2017 às 11h29.

Yangon - A líder de Mianmar, Aung San Suu Kyi, rejeitou uma insinuação de que está sendo leniente com os militares do país, que a Organização das Nações Unidas (ONU) acusou de promoverem uma limpeza étnica, dizendo que seu relacionamento com os generais é normal e que seu objetivo é a reconciliação nacional.

Na terça-feira, Suu Kyi condenou os abusos de direitos humanos no Estado de Rakhine, onde um conflito iniciado no mês passado forçou mais de 421 mil muçulmanos rohingyas a fugir para a vizinha Bangladesh, e disse que seus responsáveis serão punidos.

Mas, no primeiro discurso que fez à nação de maioria budista sobre a crise, ela não abordou as acusações da ONU a respeito da limpeza étnica supostamente levada a cabo pelas forças de segurança, provocando uma reação internacional fria.

"Jamais mudamos nossa posição", disse Suu Kyi em uma entrevista à rádio Free Asia quando lhe indagaram se ela suavizou sua postura com os militares, e quem passou anos desafiando em sua campanha pela democracia.

"Nosso objetivo tem sido a reconciliação nacional desde o começo. Jamais criticamos os próprios militares, mas somente suas ações. Podemos discordar destes tipos de ações".

Suu Kyi citou sua tentativa, frustrada no Parlamento, de mudar a Constituição formulada pelos militares, que a impede de ocupar a Presidência e dá a estes a responsabilidade pela segurança e um veto sobre reformas na Carta Magna.

"Continuaremos a realizar mudanças no Parlamento. Fui firme com os militares antes e continuo sendo agora", afirmou ela à rádio.

Mais uma vez ela não se referiu às acusações de que as Forças Armadas estão envolvidas em uma limpeza étnica.

Suu Kyi, filha de um líder independentista de Mianmar que fundou o Exército, era louvada no Ocidente há anos como uma defensora da democracia durante anos de controle militar e prisão domiciliar.

Mas a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz vem acumulando críticas por falar pouco sobre os abusos praticados contra os rohingyas.

Monitores de direitos humanos e rohingyas em fuga afirmam que o Exército e vigilantes budistas de Rakhine montaram uma campanha de incêndios criminosos com a meta de expulsar do país a minoria muçulmana em grande parte apátrida.

O alto comissário da ONU para os direitos humanos disse se tratar de "um exemplo didático de limpeza étnica". Mianmar rejeita a acusação, dizendo que suas forças enfrentam insurgentes do Exército de Salvação Arakan que acusa de causar os incêndios e de atacar civis.

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