Alexis Tsipras: vitória do Syriza é um marco da rejeição ao modelo adotado para as economias em crise da zona do euro defendido pela chanceler alemã, Angela Merkel (Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de janeiro de 2015 às 13h16.
Atenas - O líder do partido de esquerda grego Syriza, Alexis Tsipras, tomou posse como primeiro-ministro nesta segunda-feira, um dia após conquistar uma vitória por ampla margem nas eleições da Grécia, em uma breve cerimônia no gabinete do presidente Karolos Papoulias.
Ao fazer o juramento sem as tradicionais bênçãos religiosas que acompanham a cerimônia de posse de um novo primeiro-ministro, e sem gravata, Tsipras prometeu cumprir a Constituição após ter garantido a Papoulias que tem apoio suficiente para formar um novo governo.
O novo premiê deve anunciar seu ministério na terça-feira, após ter fechado um acordo com o partido Gregos Independentes, uma pequena legenda de direita que, assim como o Syriza, se opõe ao resgate internacional à Grécia.
O Syriza obteve 149 assentos no Parlamento de 300 membros, recebendo 36,3 por cento dos votos, 8,5 pontos acima do partido conservador Nova Democracia, do primeiro-ministro Antonis Samaras.
Tsipras, que ficou bem perto de conseguir uma maioria absoluta, será o primeiro líder de um governo da zona do euro comprometido a reverter a política de rigor fiscal implementada na Grécia como condição para receber o resgate em 2010.
A vitória do Syriza é um marco da rejeição ao modelo adotado para as economias em crise da zona do euro defendido pela chanceler alemã, Angela Merkel.
O resultado da eleição na Grécia também deve fortalecer os pedidos por uma mudança na região para políticas que promovam o crescimento econômico, em vez de cortes orçamentários.
O slogan de campanha do Syriza, "A esperança está chegando!", ressoou entre os eleitores, cansados dos cortes de gastos e aumentos de impostos ocorridos durante os anos de crise, período em que o desemprego subiu para mais de 25 por cento e milhões de pessoas foram lançadas à pobreza.
A Comissão Europeia informou, no entanto, que está pronta para comprometer-se com o novo governo da Grécia e ajudar o país com as reformas remanescentes.
"A Comissão respeita totalmente a escolha soberana e democrática do povo grego. Estamos prontos para nos comprometer com o novo governo quando ele for formado", disse o porta-voz da Comissão, Margaritis Schinas, em entrevista.