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Líder das Farc diz que grupo irá lutar como partido político

Rebeldes marxistas das Farc continuarão a lutar por justiça social sob um acordo de paz com o governo da Colômbia

Farc: guerrilha colombiana anunciou cessar-fogo definitivo, depois de cinco décadas de conflito interno na Colômbia (REUTERS/John Vizcaino)

Farc: guerrilha colombiana anunciou cessar-fogo definitivo, depois de cinco décadas de conflito interno na Colômbia (REUTERS/John Vizcaino)

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Da Redação

Publicado em 17 de setembro de 2016 às 16h06.

Rebeldes marxistas das Farc continuarão a lutar por justiça social sob um acordo de paz com o governo da Colômbia, disse neste sábado o principal comandante do grupo na abertura da último congresso como um grupo armado.

Representantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) devem ratificar o recente acordo durante o décimo congresso do grupo que acontece esta semana e que será aberto à imprensa pela primeira vez.

Diante de centenas de combatentes no sul da Colômbia, o comandante rebelde Rodrigo Londono, que usa o nome de guerra de Timochenko, afirmou que as Farc desejam disseminar a mensagem de um partido político desarmado e transformar a nação andina depois de cinco décadas de guerra.

"A nossa maior aspiração é atingir muitos com a nossa mensagem até que a torrente para a transformação seja esmagadora", disse Timochenko a uma multidão de combatentes reunidos na planície do Yari, a cerca de cinco horas da cidade mais próxima.

"Nesta guerra, não há nem vencedor nem vencido", disse ele, vestindo uma camiseta com a imagem do fundador das Farc, Manuel Marulanda. "A maior satisfação sempre será ter ganhado a paz." O congresso, que no passado era secreto e usado para decidir estratégia de batalha, pode oferecer uma visão sobre agenda política das Farc. A programação para o evento reflete a agenda de negociações de paz, incluindo a reforma agrária e as questões ambientais.

Depois de quase quatro anos de negociações, as Farc e o governo colombiano chegaram a um acordo final de paz no mês passado, que será assinado em 26 de setembro por Timochenko e pelo presidente colombiano Juan Manuel Santos. Os colombianos terão a última palavra durante um plebiscito em 2 de outubro.

Enquanto as Farc podem encontrar um ponto de apoio eleitoral entre os agricultores pobres e esquerdistas comprometidos, muitos colombianos desconfiam que os ex-combatentes possam se juntar a gangues ou ao Exército de Libertação Nacional, um grupo rebelde menor.

Santos, que apostou seu legado na paz, iniciou uma campanha para convencer os colombianos a apoiarem o acordo, mas enfrenta forte oposição de setores poderosos do país que acreditam que a única solução é terminar militarmente as Farc.

Muitos estão indignados com o fato de que a liderança das Farc não enfrentará a prisão, e se preocupam com uma possível tentativa de conversão de uma nação tradicionalmente conservadora aos ideais marxistas do grupo.

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