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Líder da Frente al Nusra propõe cessar-fogo entre rebeldes

O líder da Frente al Nusra, Abu Mohammed al Yulani, propôs um plano para acabar com os enfrentamentos entre as facções rebeldes no norte da Síria


	Combatente do grupo rebelde islâmico sírio al-Nusra: proposta também sugere julgar os implicados no derramento de sangue
 (Hamid Khatib/Reuters)

Combatente do grupo rebelde islâmico sírio al-Nusra: proposta também sugere julgar os implicados no derramento de sangue (Hamid Khatib/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2014 às 20h25.

Beirute - O líder da Frente al Nusra, Abu Mohammed al Yulani, propôs nesta terça-feira um plano para acabar com os enfrentamentos entre as facções rebeldes no norte da Síria, que inclui um cessar-fogo.

Em uma gravação de áudio divulgada na internet, o dirigente do grupo vinculado à Al Qaeda detalhou os pontos de sua iniciativa, que inclui uma troca de prisioneiros e a criação de uma comissão religiosa neutra, onde haja representantes de todas facções concernidas, que serão castigados se não respeitarem suas decisões.

A proposta também sugere julgar os implicados no derramento de sangue, dar prioridade à luta contra o regime de Bashar Al-Assad e abrir todas as estradas fechadas pelos insurgentes.

Yulani afirmou que alguns grupos aceitaram a iniciativa, enquanto outros colocaram condições para dar sinal verde, e outros nem responderam.

Desta forma, Al Yulani reage à intensificação de sexta-feira dos combates entre o Estado Islâmico do Iraque e da Síria, vinculado à Al Qaeda, e outras organizações rebeldes no norte do país.

O porta-voz do Exército Livre Sírio (ELS), o coronel Qasem Saadedin, explicou ontem à Efe que estes choques fazem parte de uma ofensiva de sua organização e da Frente Islâmica, a maior aliança de grupos rebeldes islamitas, contra o Estado Islâmico por "ter transpassado todas as linhas vermelhas".


Saadedin acusou os jihadistas de ter sequestrado e matado cidadãos sírios, e esclareceu que a operação não é contra a Frente al Nusra, que, na sua opinião, não cometeu até agora violações contra o povo sírio.

No áudio, de quase nove minutos e meio de duração, Al Yulani culpou o Estado Islâmico por piorar a situação com seus atos e considerou que esta crise é resultado também da falta de soluções religiosas às discórdias.

"A grande perdedora neste conflito será a jihad (guerra santa) em Sham (Síria)", augurou o líder da Frente al Nusra, porque "o regime, os xiitas e Ocidente se aproveitarão da situação".

Segundo sua opinião, se as diferenças entre as facções rebeldes persistirem, poderiam desembocar em um conflito entre os jihadistas sírios e estrangeiros.

Por este motivo, o líder assegurou que seu plano é "um salva-vidas" para a jihad e é justo para todos os grupos.

No entanto, advertiu que a Frente al Nusra se defenderá caso for agredida, "seja quem for o agressor".

A organização de Al Yulani participou de alguns enfrentamentos contra o Estado Islâmico na cidade de Al Raqqa, no norte da Síria, junto a outros insurgentes islamitas.

A Frente al Nusra, junto com o Estado Islâmico, são os dois grupos jihadistas mais fortes no norte do território sírio.

Em novembro, o líder da Al Qaeda, Ayman al-Zawahiri, designou ao Frente al Nusra como a única "filial da Al Qaeda na Síria, dependente do comando central", e reiterou a anulação do Estado Islâmico do Iraque e Síria, já que delimitou a atividade desta facção unicamente ao Iraque.

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