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Líder da extrema-direita italiana comemora ida de Bolsonaro ao 2º turno

Matteo Salvini é acusado de racismo por grupos de direitos humanos na Europa e mesmo por parcelas da Igreja Católica

Matteo Salvini comemorou os resultados eleitorais no Brasil e os votos recebidos pelo candidato Jair Bolsonaro (Tony Gentile/Reuters)

Matteo Salvini comemorou os resultados eleitorais no Brasil e os votos recebidos pelo candidato Jair Bolsonaro (Tony Gentile/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de outubro de 2018 às 10h25.

Genebra - O líder da extrema-direita italiana e ministro do Interior, Matteo Salvini, comemorou os resultados eleitorais no Brasil e os votos recebidos pelo candidato Jair Bolsonaro (PSL). Nas redes sociais e entrevistas, ele fez questão de declarar apoio ao brasileiro e insinuar que seu movimento também ganha adeptos em outras partes do mundo.

"O Brasil também muda", escreveu o italiano, em uma referência ao fato de que a vitória da direita no País segue a mesma tendência registrada na Itália e em outros países europeus. "A esquerda derrotada e ar fresco", completou Salvini nesta segunda-feira, 8.

Horas depois, durante uma entrevista coletiva ao lado da líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, Salvini voltou a elogiar o resultado eleitoral de Bolsonaro. Segundo ele, este seria mais um exemplo da "revolução do bom senso que está percorrendo toda a Europa".

Salvini fez questão de defender o candidato brasileiro também em uma entrevista a uma rádio. "Não entendo alguns jornalistas italianos que chamam de racista-nazista-xenófobo qualquer um que defenda mais ordem e segurança para os cidadãos", disse.

Polêmicas

Acusado de racista por grupos de direitos humanos na Europa e mesmo parcelas da Igreja Católica, Salvini tem se envolvidos em polêmicas com a Comissão Europeia em razão da gestão da onda migratória na Itália.

Seu resultado nas urnas surgiu depois de prometer que, se vencesse, iria expulsar 500 mil estrangeiros clandestinos. A oposição o acusa ainda de ter inflamado a tensão racial com suas declarações. Mas ele minimiza o problema, alegando que são os imigrantes os responsáveis por um terço dos crimes cometidos hoje na Itália. "Esse é o único e verdadeiro drama", disse.

Em meados deste ano, o italiano ainda foi criticado por mencionar uma frase cunhada por Benito Mussolini. Questionado sobre estar fomentando a xenofobia, Salvini respondeu em sua conta no Twitter: "Muitos inimigos, muita honra". A frase ainda foi citada pelo ministro no dia do aniversário de Mussolini.

Também neste ano, o atual ministro do Interior causou polêmica durante um evento em Viena. "A Itália precisava ajudar seus filhos a ter filhos, não a ter novos escravos para substituir as crianças que não estamos tendo", disse.

O histórico de declarações controvertidas de Salvini ainda inclui uma proposta que ele fez, em 2009, sugerindo que o transporte público em Milão fosse segregado entre moradores locais e estrangeiros. Segundo ele, deveria ser pensado "assentos ou vagões reservados para milaneses".

Diante das críticas, ele amenizou o tom e alegou que era "apenas uma provocação para dizer que os residentes eram minorias e que, como tal, precisavam ser resguardados".

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