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Líder da extrema direita da Alemanha defende que país deixe a União Europeia

Se a AfD chegar ao poder, Alice Weidel espera que realizar um referendo semelhante ao Brexit

Alice Weidel, co-líder do partido político de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) (Sean Gallup/Getty Images)

Alice Weidel, co-líder do partido político de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) (Sean Gallup/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 22 de janeiro de 2024 às 14h44.

Alice Weidel, uma das líderes do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla original), elogiou a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) e afirmou que país é um "modelo para a Alemanha" em entrevista ao Financial Times, publicada nesta segunda-feira, 22.

Segundo ela, caso a AfD chegue ao poder, deve realizar um referendo semelhante ao Brexit sobre a permanência da Alemanha no bloco.

Weidel disse que um governo do partido buscaria reformar a UE e eliminar seu "déficit democrático" e limitar os poderes da Comissão Europeia. "Mas se uma reforma não for possível, se não conseguirmos reconstruir a soberania dos Estados membros da UE, deveríamos deixar o povo decidir, assim como o Reino Unido fez", disse ela.

"E poderíamos ter um referendo sobre o 'Dexit' - a saída da Alemanha da UE", afirmou ela para o jornal. De acordo com o FT, pesquisas sugerem que a grande maioria dos alemães votaria pela permanência na UE.

O AfD foi fundado como um partido eurocético (descrença na União Europeia) em 2013 e entrou pela primeira vez no Bundestag, o Parlamento alemão, em 2017. Pesquisas agora o colocam em segundo lugar a nível nacional, com cerca de 23%, muito acima dos 10,3% que obteve durante as últimas eleições federais em 2021.

O partido está no centro das atenções após uma reportagem do meio de comunicação Correctiv revelar, na semana passada, uma reunião entre extremistas de direita, ocorrida recentemente, para discutir a deportação de milhões de imigrantes, incluindo alguns com cidadania alemã. Figuras do extremista Movimento Identitário e membros do partido do Alternativa para a Alemanha participaram dessa reunião, segundo o Correctiv.

O AfD procurou se distanciar da reunião extremista, dizendo que não tinha ligações organizacionais ou financeiras com o evento, que não era responsável pelo que foi discutido lá e que os membros que participaram fizeram isso a título puramente pessoal.

Protestos contra o AfD foram realizadas em várias cidades alemãs entre sexta, 19, e o domingo, 21, com políticos dizendo que o partido representa uma ameaça às instituições democráticas do país. Na entrevista ao FT, Weidel condenou a própria reportagem do Correctiv - ela já havia rompido com um conselheiro que esteve no encontro.

"Foi apenas uma tentativa de criminalizar a ideia de repatriar legalmente pessoas que não têm permissão para permanecer aqui, ou que estão sujeitas a uma ordem de deportação", afirmou ela ao FT. "A AfD é o partido que defende a aplicação das leis deste país."

Weidel diz que o conceito de "remigração" significa expulsar pessoas que "adquiriram cidadania ilegalmente sob falsos pretextos" ou "com dupla nacionalidade suspeitos de terrorismo ou condenados por crimes".

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