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Líder da esquerda francesa, opositor a Macron, visita Lula em Curitiba

Ex-candidato à presidência da França, Jean-Luc Mélenchon é próximo do ex-presidente, preso e condenado na Operação Lava Jato

Jean-Luc Mélenchon: "Eu saio, depois de receber a energia dele" (NurPhoto/Getty Images)

Jean-Luc Mélenchon: "Eu saio, depois de receber a energia dele" (NurPhoto/Getty Images)

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AFP

Publicado em 6 de setembro de 2019 às 11h18.

São Paulo — Jean-Luc Mélenchon, chefe do partido de esquerda La France Insoumise (A França Insubmissa), afirmou que recebeu "energia" de Luiz Inácio Lula da Silva, ao visitá-lo nesta quinta-feira em Curitiba, onde o ex-presidente está preso.

O deputado opositor ao presidente Emmanuel Macron qualificou o então juiz Sergio Moro, que em 2017 condenou Lula na primeira instância, de "personalidade politicamente corrompida".

Sergio Moro, atual ministro da Justiça do presidente Jair Bolsonaro, está "disposto a sujar a justiça de seu próprio pais para levar até o fim o processo político" contra Lula, acrescentou Mélenchon.

Mélenchon realiza uma viagem pela região e já se reuniu com líderes da esquerda no México, Argentina e Uruguai antes de chegar ao Brasil.

Ex-candidato à presidência da França e primeiro líder político francês a visitar Lula na prisão, Mélenchon tem uma relação de amizade com o ex-presidente.

Mélenchon foi à sede da Polícia Federal em Curitiba, onde Lula está preso desde abril de 2018, após ser condenado a 8 anos e 10 meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex no Guarujá.

"Eu saio, depois de receber a energia dele", disse Mélenchon à imprensa após a visita. "Eu o encontrei com a mesma força de caráter. Somos todos Lula!".

"Eu o achei muito forte, em todos os aspectos", revelou Mélenchon, destacando que Lula, 73 anos, "corre nove quilômetros todos os dias" em uma esteira.

"Ele nos chamou à resistência", disse o deputado francês, explicando que "grande parte da conversa envolveu o uso da justiça em julgamentos políticos, a lei".

Lula foi "condenado por atos indeterminados. Não há limite para o uso da justiça em julgamentos políticos...", avaliou o deputado.

"Estamos determinados a não permitir isto, cada um em nosso país. Vamos nos unir, vincular nossos grupos de advogados (...) para nos ajudar (...) nos julgamentos políticos que sofremos", acrescentou o deputado, que deve ser julgado em seu pais por incidentes durante uma operação policial na sede de seu partido.

"É o mesmo método (que a condenação de Lula), talvez não sejam as mesmas conclusões...", mas "as mesmas incriminações sem evidências e violações dos direitos de defesa", declarou.

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