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Líder da Coreia do Norte precisa se comportar, diz Trump

O presidente americano fez o comentário ao ser questionado sobre que mensagem enviaria ao líder, que fracassou em um teste de mísseis

Trump: o embaixador da Coreia do Norte na ONU, Kim In Ryong, acusou os EUA de pressionarem Pyongyang para uma guerra nuclear (Jim Bourg/Reuters)

Trump: o embaixador da Coreia do Norte na ONU, Kim In Ryong, acusou os EUA de pressionarem Pyongyang para uma guerra nuclear (Jim Bourg/Reuters)

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AFP

Publicado em 17 de abril de 2017 às 15h53.

Última atualização em 17 de abril de 2017 às 21h22.

O presidente americano, Donald Trump, aconselhou nesta segunda-feira ao dirigente norte-coreano, Kim Jong-Un, que "se comporte bem", num momento em que Washington endurece o tom em relação aos programas balístico e nuclear de Pyongyang.

"O senhor tem uma mensagem para Kim Jong-Un?" - perguntou um jornalista ao presidente, que participava da tradicional busca aos ovos de Páscoa nos jardins da Casa Branca.

"Comporte-se bem", respondeu Trump.

Durante sua visita às zona desmilitarizada (DMZ) que separa as duas Coreias, o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, recomendou que a Coreia do Norte não coloque à prova a determinação do presidente Trump frente aos programas balístico e nuclear de Pyongyang, e advertiu que "todas as opções estão sobre a mesa".

"A Coreia do Norte faria melhor em não por à prova a sua determinação ou a potência das forças armadas dos Estados Unidos nessa região", acrescentou Pence ao lado do primeiro-ministro e presidente sul-coreano em exercício, Hwang Kyo-Ahn.

A visita de Pence à Coreia do Sul ocorreu no dia seguinte da tentativa fracassada norte-coreana de lançar um novo míssil e teme-se que o país prepare um sexto teste nuclear, proibido pela comunidade internacional.

Perguntado se as iniciativas norte-coreanas poderiam desencadear uma resposta militar americana, o porta-voz da Casa Branca Sean Spicer negou-se a entrar neste terreno.

"Traçar linhas vermelhas não funcionou no passado", respondeu, em alusão ao ex-presidente Barack Obama, que tinha fixado um limite à Síria - o uso de armas químicas pelo regime de Damasco -, mas tinha recusado no último momento fazer uso da força.

Trump "oculta cuidadosamente seu jogo e não devemos esperar que anuncie antecipadamente o que vai fazer diante desta ou daquela situação", afirmou.

"Não verão o presidente traçar linhas vermelhas, mas o que fez na Síria mostra que, quando é necessário, este presidente sabe passar à ação", acrescentou o porta-voz.

Enquanto isso, o representante da Coreia do Norte na ONU advertiu que seu país responderá a "qualquer tipo de guerra" desatada pelos Estados Unidos.

"Se os Estados Unidos se atreverem a recorrer a uma opção militar (...) a RPDK (República Popular Democrática da Coreia) está pronta para reagir a qualquer tipo de guerra que os Estados Unidos desejarem", declarou o embaixador adjunto Kim In Ryong em uma coletiva de imprensa.

Apesar das pressões internacionais, a Coreia do Norte tentou no domingo sem êxito lançar um novo míssil.

O Pentágono não deu detalhes sobre o míssil, que explodiu "quase imediatamente" após ser lançado da zona do porto de Sinpo, na costa leste do país, mas segundo John Schilling, especialista em armamento do site 38 North, o fracasso indica que trata-se de um novo míssil.

"Uma falha logo após o lançamento é comum nos mísseis norte-coreanos em suas primeiras etapas do ciclo de desenvolvimento, quando estão tratando de solucionar problemas no sistema de propulsão e direção".

Schilling acredita que o tiro foi realizado com o novo modelo de míssil que Kim exibiu em um importante desfile militar celebrado no sábado passado, em Pyongyang.

"Era um míssil de dois estágios (no desfile), que de alguma maneira se parece com a versão de seu KN-08 ICBM mockups de dois estágios" disse Schilling sobre o míssil balístico intercontinental que a Coreia do Norte desenvolve.

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