As autoridades líbias intensificaram as articulações com a comunidade internacional em busca de apoio para reorganizar as instituições públicas (Francisco Leong/AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de abril de 2012 às 11h37.
Brasília - Em visita a Brasília até amanhã (19), o vice-primeiro-ministro da Líbia, Omar Abdelkarim, conversou ontem com a presidenta Dilma Rousseff e a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton. Abdelkarim disse a elas que o objetivo do governo provisório líbio é se reaproximar do Ocidente, por meio de parcerias políticas, econômicas e comerciais. Segundo ele, os esforços das autoridades líbias estão direcionados à “reconstrução do país”.
De acordo com diplomatas que acompanharam as reuniões, nas conversas com Dilma e Hillary, o vice-primeiro-ministro (terceiro na escala de poder), disse que o objetivo do governo da Líbia é se relacionar com todos os países, sem exceção. Abdelkarim participou da 1ª Conferência Anual de Alto Nível da Parceria para um Governo Aberto (cujo nome em inglês é Open Government Partnership).
Em Brasília, Abdelkarim se reuniu também com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, parlamentares e embaixadores brasileiros, responsáveis pelo Norte da África e Oriente Médio. Nos encontro, o vice-primeiro-ministro destacou que o desejo de reestruturar o país é não só do governo, mas também da sociedade líbia.
Passados seis meses da morte do ex-presidente Muammar Khadafi, que comandou a Líbia por 42 anos, o país ainda vive um clima de tensão. Sob o comando do governo provisório, coordenado pelo Conselho Nacional de Transição (CNT), a Líbia enfreta frequentes os protestos e manifestações que reivindicam eleições para escolha do futuro presidente da República e de parlamentares.
Em 23 de junho, estão marcadas as eleições para a Assembleia Constituinte quando serão escolhidos 200 parlamentares. Além disso, as autoridades líbias intensificaram as articulações com a comunidade internacional em busca de apoio para reorganizar as instituições públicas, superando as dificuldades impostas por cerca de sete meses de confrontos entre as primeiras manifestações até a captura de Khadafi, em outubro de 2011.
Em quase meio século de governo, Khadafi governou a Líbia e consolidou um estilo próprio de administrar, misturando religião, socialismo e laços afetivos e de parentesco. No ano passado, as pressões interna e externa encerraram seu período na Presidência da República. Khadafi foi morto com apoio de adversários políticos. Os corpos dele e do filho ficaram exposto publicamente durante dias.