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Líbia: novo regime busca consolidar poder, fiéis a Kadhafi resistem

Cerca de 200 veículos de combate favoráveis às novas autoridades se aproximaram neste sábado do sul de Trípoli, bastião de Kadhafi

Líbia: novas autoridades anunciaram na sexta-feira eleições gerais em 20 meses (AFP)

Líbia: novas autoridades anunciaram na sexta-feira eleições gerais em 20 meses (AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2011 às 12h33.

Trípoli- As novas autoridades líbias buscam consolidar seu poder, e para isso se instalarão em breve em Trípoli e formarão forças armadas nacionais, embora Muamar Kadhafi siga foragido e seus partidários continuem resistindo em alguns redutos leais ao regime.

Cerca de 200 veículos de combate favoráveis às novas autoridades se aproximaram neste sábado de Bani Walid (sul de Trípoli), bastião de Kadhafi, sem que fossem registrados confrontos até o momento, constatou um jornalista da AFP.

"Avançamos 70 quilômetros" em direção ao oásis de Bani Walid, declarou Ahmed Belhaj, chefe de um grupo de combatentes, que afirmou que existem rumores sobre a possível presença de Kadhafi e de vários de seus filhos na região.

Segundo Belhaj, cerca de 600 homens participavam da operação militar. "Queremos conquistar (...) uma base militar perto de Bani Walid que está sob controle da brigada de Khamis Kadhafi", um dos filhos do ex-líder, acrescentou Belhaj.

Na frente oeste de Sirte, região natal de Kadhafi, as forças leais ao Conselho Nacional de Transição (CNT) líbio permanecem em suas posições, de acordo com várias fontes do CNT.

As novas autoridades anunciaram na sexta-feira eleições gerais em 20 meses. Mustafa Abdel Jalil, presidente do CNT, também anunciou em Benghazi (sul) a transferência deste órgão executivo "na próxima semana" a Trípoli.

Por sua vez, Omar al Hariri, que tem como responsabilidade os assuntos militares no CNT, indicou que as forças armadas líbias estão sendo reconstruídas com o objetivo de garantir a segurança do país.

Além disso, segundo a revista Middle East Economic Survey (MEES), a Líbia procura recuperar sua capacidade de produção petrolífera, que antes do conflito era de 1,7 milhão de barris diários.

No plano diplomático, as autoridades russas convidaram neste sábado o CNT, reconhecido como representante do povo líbio por mais de 60 países, a viajar para a Rússia, até pouco tempo velha aliada de Muamar Kadhafi.


A Indonésia concedeu neste sábado seu apoio ao CNT para uma "transição pacífica em direção a uma democracia" no país norte-africano, enquanto o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, convocou os países membros a ajudar a estabilizar a Líbia.

Por sua vez, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, assegurou na sexta-feira que a Otan é "como o braço armado" da ONU pelas ações militares que realiza na Líbia, e o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, disse que seu país não reconhece a legitimidade do CNT, por se tratar de "um instrumento das forças da Otan".

Por último, o jornal americano The Wall Street Journal indicou que arquivos encontrados em um edifício governamental líbio mostram relações estreitas entre a CIA, dos Estados Unidos, e os serviços de inteligência de Kadhafi durante o governo do republicano George W. Bush (2001-2009).

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