Saif al-Islam apareceu em público pela última vez na noite de 22 de agosto quando a rebelião o dava como capturado (AFP)
Da Redação
Publicado em 22 de novembro de 2011 às 10h30.
O ministro líbio da Justiça e Direitos Humanos, Mohamed Allagui, afirmou nesta terça-feira que Saif al Islam, filho do coronel Muammar Kadafi, não será entregue ao Tribunal Penal Internacional (TPI), num momento em que o promotor deste tribunal inicia uma visita à Líbia.
Indagado se Saif al Islam seria entregue ao TPI para ser julgado, Allagui respondeu: "em uma palavra, não o entregaremos".
Por sua parte, o argentino Luis Moreno Ocampo, promotor do TPI, afirmou que não se reunirá com Saif al Islam Kadafi.
Al-Islam Kadafi, o último filho foragido do falecido ex-líder da Líbia, e procurado pelo TPI por supostos crimes contra a Humanidade, foi detido no sábado pelo combatentes do Conselho Nacional de Transição (CNT) no sul da Líbia.
Saif al-Islam foi apresentado durante muito tempo como o provável sucessor de Muammar Kadafi.
Segundo chefes militares do CNT, há um mês Saif al-Islam ficou ferido no bombardeio contra seu comboio quando deixava Bani Walid (170 km a sudeste de Trípoli) na queda desse bastião Kadafista em meados de outubro.
Desde 27 de junho, Saif al-Islam, de 39 anos, era alvo de uma ordem de captura do TPI por suspeitas de crimes contra a Humanidade. Ele é acusado de ter tido "um papel-chave para executar um plano" concebido por seu pai para "reprimir por todos os meios" o levante popular.
O primeiro-ministro líbio interino, Abdel Rahim al-Kib, afirmou que Saif al-Islam Kadafi, terá um "julgamento justo, no qual os direitos e a lei internacional estejam garantidos".
A Anistia Internacional e a Human Rights Watch pediram que CNT entregue Saif al-Islam ao TPI para evitar "o que aconteceu com Muammar e Muatasim Kadafi", ambos mortos depois de terem sido capturados vivos.
Saif al-Islam apareceu em público pela última vez na noite de 22 de agosto quando a rebelião o dava como capturado. O filho de Kadafi apareceu diante de jornalistas estrangeiros assegurando que tudo estava "bem" em Trípoli, algumas horas antes da queda do quartel-general de seu pai na capital líbia.
O conflito na Líbia terminou no dia 23 de outubro com a proclamação da "libertação total" do país, três dias depois da morte de Muammar Kadafi.