Confronto na Líbia: produção da Líbia, membro da Opep, está muito abaixo dos 1,6 milhão de barris diários que produzia antes de 2011 (Esam Omran Al-Fetori/Reuters)
Da Redação
Publicado em 29 de dezembro de 2014 às 11h15.
Benghazi - A Líbia está produzindo 128 mil barris de petróleo por dia a partir de campos ligados ao porto de Hariga, localizado no leste do país, afirmou um executivo do setor de petróleo nesta segunda-feira, enquanto confrontos interrompem a operação em dois importantes portos, Es Sider e Ras Lanuf.
A produção da Líbia, membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), está muito abaixo dos 1,6 milhão de barris diários, volume que produzia antes de 2011, quando o líder Muammar Gaddafi foi morto.
Seus dois maiores portos, Es Sider e Ras Lanuf, pararam de funcionar devido a confrontos entre as forças aliadas ao governo internacionalmente reconhecido da Líbia e as que são leais a um grupo rival chamado Amanhecer Líbio, que tomou o controle de Trípoli em agosto.
Vários tanques de armazenamento de petróleo em Es Sider ficaram em chamas por dias após os confrontos. O fogo destruiu mais de dois dias de produção do país, disseram autoridades no domingo.
Forças aliadas ao Amanhecer Líbio lançaram uma ofensiva destinada a apreensão do porto, há duas semanas, provocando ataques aéreos de retaliação na sua base ocidental, Misrata.
Es Sider é alimentado a partir de campos geridos pela Waha Oil, uma joint-venture entre a National Oil Corp da Líbia e as empresas norte-americanas Hess, Marathon e ConocoPhillips.
Os portos de Zawiya e Mellitah, no oeste, também suspenderam as exportações de petróleo com o conflito que encerrou a conexão com os campos de El Sharara e El Feel.
O porto de Brega, a leste de Ras Lanuf, ainda está aberto, mas o seu petróleo abastece principalmente a refinaria de Zawiya.
Hariga, localizado no leste, perto da fronteira com o Egito, foi poupada dos combates registrados em grande parte do país com brigadas de ex-rebeldes, que combateram para derrubar Gaddafi e agora competem por poder político e uma parte das receitas de petróleo da Líbia.