Bombardeiro da Otan na Líbia: missão foi considerada um sucesso (Mahmud Turkia/AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de outubro de 2011 às 17h20.
Bruxelas - A morte anunciada de Kadafi e a queda de Sirte devem levar a Otan a pôr um ponto final, em breve, à operação Protetor Unificado, missão considerada "um sucesso", em particular para os países europeus que a conduziram.
No entanto, grande prudência era observada no anoitecer desta quinta-feira na sede da Otan, em Bruxelas, que ainda não reagiu oficialmente à brusca aceleração da situação no terreno.
A Aliança Atlântica procurava, em particular, confirmar as circunstâncias da morte de Muammar Kahafi, anunciada por dirigentes do Conselho Nacional de Transição (CNT), informou um porta-voz.
Segundo as informações disponíveis, aviões da Aliança desempenharam um papel maior nos acontecimentos, na cidade natal de Kadafi.
Um porta-voz do CNT informou que aeronaves da Otan bombardearam um comboio "quando fugia de Sirte".
O coronel Roland Lavoie, porta-voz da operação Protetor Unificado, precisou que forças francesas da Otan tomaram como alvo "dois veículos das tropas pró-Kadafi por volta das 08H30 (O4H30, hora de Brasília)", porque "realizavam operações militares e representavam ameaça clara aos civis".
Os aviões franceses fizeram "parar" o comboio, mas não o destruíram, segundo o ministro francês da Defesa, Gérard Longuet. Combatentes líbios intervieram em seguida e tiraram o coronel Kadhafi de um desse veículos, segundo ele.
Para a Otan, a queda de Sirte, que resistia há semanas, representava "etapa decisiva" para o fim do conflito, comentou um diplomata
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Militares da Otan, sob o comando do almirante americano James Stavridis, devem fazer um levantamento, nesta sexta-feira, da situação, avaliando principalmente se o CNT está preparado para garantir a segurança, segundo uma fonte militar.
Com base neste exame, um conselho de embaixadores de 28 países da Otan, que é a jurisdição habilitada a pronunciar o fim da operação, vai se reunir em Bruxelas.
Este conselho havia defendido a prudência nestas últimas semanas, sob a influência da França e da Inglaterra, com a preocupação de "terminar o trabalho", ao mesmo tempo em que outros países o apressavam a pôr fim a um conflito que pesa, em homens e em dinheiro.
Sua opinião é preponderante, porque "os dois aliados foram os principais atores políticos e militares desta guerra de dimensão limitada, na qual nada tinham a ganhar, mas muito a perder, em termos de reputação", resumiram especialistas do Instituto britânico Rusi, num relatório recente.
A Otan usa forças marítimas e aéreas na Líbia desde 31 de março, tomando o lugar da operação lançada duas semanas antes pela França, a Inglaterra e os Estados Unidos, em seguida a uma resolução das Nações Unidas sobre a proteção de civis. Vários países, como a Alemanha ou a Polônia, recusaram-se a participar.
Oito dos 28 países da Otan estiveram envolvidos em missões aéreas, ao lado de nações árabes como os Emirados Árabes Unidos e o Qatar. No total, 26.089 saídas aéreas foram realizadas desde o dia 31 de março, entre elas 9.618 ditas "ofensivas", segundo um comunicado da Aliança desta quinta-feira.
"A missão foi rápida, flexível e eficaz", considerou o secretário-geral da Aliança, Anders Fogh Rasmussen, destacando que essa primeira operação da Otan, liderada por europeus e não pelos americanos, trouxe à luz lacunas preocupantes em termos de equipamentos militares.