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Libéria e Serra Leoa colocam cidades em quarentena por ebola

O estado de emergência nos dois países ficará em vigor por pelo menos 90 dias

Um menino de 10 anos que perdeu a mãe, infectada pelo vírus Ebola, caminha com uma missionária, após ser liberado da quarentena, na capital liberiana, Monróvia (Zoom Dosso/AFP)

Um menino de 10 anos que perdeu a mãe, infectada pelo vírus Ebola, caminha com uma missionária, após ser liberado da quarentena, na capital liberiana, Monróvia (Zoom Dosso/AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2014 às 21h15.

Monróvia - Libéria e Serra Leoa, dois países em estado de emergência por causa do vírus ebola, puseram em quarentena nesta quinta-feira três cidades da zona contaminada, fecharam estradas e centros de lazer, em esforços cada vez mais desesperados para conter a epidemia.

Na Libéria, o Exército recebeu ordens para limitar os movimentos da população e controlar estritamente os acessos das províncias afetadas à capital, Monróvia.

Centenas de pessoas estavam bloqueadas por controles militares entre o norte do país e Monróvia, antes mesmo da declaração do estado de emergência, anunciada na madrugada desta quinta, pela presidente Ellen Johnson Sirleaf.

Diante da "magnitude e da escala da epidemia, da virulência e da mortandade do vírus", Sirleaf defendeu que a situação "exige medidas extraordinárias para a sobrevivência do Estado".

O estado de emergência ficará em vigor por pelo menos 90 dias.

A presidente advertiu que "o governo tomará medidas extraordinárias, incluindo, se for necessário, a suspensão de certos direitos e privilégios".

O ministro liberiano da Defesa, Burnie Samuka, oficializou o lançamento, por parte do Exército, da "Operação Escudo Branco" e anunciou a instalação de controles em várias localidades para limitar, ou conter completamente, os deslocamentos.

Na província de Lofa, limítrofe com Serra Leoa e Guiné, também afetada pela epidemia, a cidade de Gbakedou ficará em quarentena - acrescentou o ministro.

Ainda na Libéria, o sindicato do pessoal de Saúde ameaçou entrar em greve, se o governo não fornecer o material necessário para lidar com o Ebola. "Não temos luvas, nem uniformes, nem o material exigido", denunciou o secretário-geral do sindicato, Deemi Dearzrua.

Na Guiné, onde a epidemia foi declarada no início do ano, a febre Ebola atinge 33 cidades - de acordo com o chefe de Prevenção e Luta contra a Doença, doutor Sakoba Keita.

Em Serra Leoa, as cidades de "Kenema e Kailahun foram colocadas em quarentena", anunciou um porta-voz do governo, Abdulai Bayratay, acrescentando que essa medida "será mantida todo o tempo que for preciso".

Pode durar de 60 a 90 dias, afirmou, assim como outras decisões ligadas ao estado de emergência decretado em 1º de agosto pelo presidente Ernest Bai Koroma.

A presidência serra-leonesa anunciou ainda a restrição de circulação das moto-táxis de 7h a 19h, além do fechamento imediato de salas noturnas, cinemas e videoclubes. Além disso, "os doentes de Ebola que falecerem deverão ser enterrados no mesmo lugar de seu falecimento", completou a presidência.

Na Nigéria, os médicos dos hospitais públicos em greve desde 1º de julho anunciaram nesta quinta a suspensão do movimento de protesto frente à gravidade da situação.

Em Lagos, o Ministério nigeriano da Saúde anunciou que estabelecerá um controle de passageiros das linhas aéreas que deixam o país. Quem tiver contraído o vírus não poderá viajar para o exterior. Lagos é a cidade mais populosa da África Subsaariana, com mais de 20 milhões de habitantes, e já registrou duas mortes e cinco casos confirmados da doença. Os cinco estão em quarentena.

Também nesta quinta, Benin esperava os resultados de testes de dois pacientes que apresentavam os sintomas do Ebola. Os dois estão isolados em hospitais: um em Cotonou; e o outro, nigeriano, na capital, Porto Novo - anunciou uma fonte de alto escalão do Ministério da Saúde, consultada pela AFP.

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