Homem anda sobre destroços após ataque na Síria: a Síria acusa "grupos terroristas" de organizar no Líbano ataques contra suas tropas e enviar armas aos insurgentes (Umit Bektas / Reuters)
Da Redação
Publicado em 30 de julho de 2012 às 18h32.
Beirute - O comandante do exército libanês, Jean Kajwayi, rejeitou nesta segunda-feira a criação de uma zona de segurança na fronteira com a Síria para os rebeldes deste país.
"Não toleraremos o estabelecimento de uma zona tampão nem permitiremos que o Líbano se transforme em um campo de batalha onde se reproduzam divergências sírias e vontades regionais", disse Kajwayi em cerimônia militar.
O general libanês se referiu desta forma à proposta do senador americano John McCain, que em sua recente visita ao Líbano pediu o estabelecimento de uma zona de segurança no norte do país para permitir que o rebelde Exército Sírio Livre e a oposição síria organizem suas forças, treinem e cuidem de seus feridos.
McCain modificou posteriormente suas declarações e disse que a zona deveria ficar na Jordânia ou Turquia.
Em seu discurso, Kajwayi assegurou que "a resposta do exército será firme e eficaz através de um plano sólido que será traçado de acordo com a evolução da situação" na Síria.
O general enfatizou que as Forças Armadas do Líbano devem contribuir para limitar as repercussões do conflito sírio no país e proteger os habitantes das regiões fronteiriças, de acordo com as decisões tomadas pelas autoridades.
A situação de segurança no Líbano se deteriorou nos últimos meses por causa do conflito sírio - aconteceram sequestros, ataques às forças de Damasco e enfrentamentos armados entre rebeldes e seguidores do regime de Bashar al Assad.
A Síria acusa "grupos terroristas" de organizar no Líbano ataques contra suas tropas e enviar armas aos insurgentes.
Kajwayi disse ainda que Israel continua ameaçando a segurança do Líbano e que o exército libanês segue em coordenação permanente com a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul).
"Não permitiremos que a linha azul se transforme em fronteira", apontou o comandante, em alusão ao traçado do limite entre os dois países, negociado pela ONU em 2000 para confirmar a retirada de Israel do sul do Líbano após 22 anos de ocupação.