O grupo xiita libanês Hezbollah e seu símbolo: os ministros da UE chegaram hoje a um acordo para incluir o braço militar do Hezbollah em sua lista de grupos terroristas. (AFP/AFP)
Da Redação
Publicado em 22 de julho de 2013 às 15h14.
Beirute - O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, lamentou nesta segunda-feira a decisão da UE de incluir o braço armado do grupo xiita Hezbollah em sua lista de organizações terroristas, embora tenha afirmado que a decisão não afetará os laços entre ambos.
Em comunicado, Mikati afirmou que seu Executivo acompanhará o assunto pela via diplomática, embora tenha dito que "a sociedade libanesa e todas suas partes estão comprometidas com a legalidade internacional e a manutenção das melhores relações com os países da UE".
Por sua vez, o ministro libanês das Relações Exteriores, Adnan Mansur, definiu como "apressada" a decisão da UE e disse que terá repercussões no Líbano.
Mesmo assim, Mansur afirmou que o Gabinete está à espera que a decisão se formalize, já que, na sua opinião, a UE fala sempre da segurança e estabilidade do Líbano, mas vai a adotar uma medida que prejudica ao país.
O ministro considerou que a UE tomou a decisão por "grandes pressões exteriores" e a situação interna do Líbano.
Os ministros da UE chegaram hoje a um acordo para incluir o braço militar do Hezbollah em sua lista de grupos terroristas, em resposta ao atentado suicida cometido supostamente por esta organização há um ano na Bulgária, onde morreram seis pessoas.
O acordo, que foi adotado por unanimidade, apoia considerar a milícia xiita como um grupo terrorista mas, por sua vez, manter a cooperação com o governo do Líbano, o diálogo com todas suas forças políticas ou a provisão de ajuda financeira ou humanitária.
A lista de grupos terroristas da UE é revisada a cada seis meses e a inclusão de uma entidade ou indivíduo é regida por estritos procedimentos legais para permitir defender o caso nos tribunais.
Fontes da UE indicaram que analistas europeus se reuniram também hoje em Bruxelas para começar a preparar as atas legais que respaldarão o acordo político da UE, motivo pelo qual o documento pactuado pelos ministros ainda não se tornará público.
Espera-se que o acordo respalde o Conselho da UE por escrito na quinta-feira de manhã, assim que a Suécia submeter a decisão a um trâmite institucional nacional, de modo que o Diário Oficial da UE o publique na sexta-feira.