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Libaneses protestam contra vídeo anti-Islã, EUA e França

A manifestação tinha sido convocada no último domingo pelo líder do Hezbollah, o xeque Hassan Nasrallah

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2012 às 21h46.

Beirute - Partidários dos grupos xiitas libaneses Hezbollah e Amal realizaram um protesto nesta quarta-feira na cidade de Tiro contra o polêmico vídeo anti-Islã considerado como blasfemo pelos muçulmanos.

A manifestação tinha sido convocada no último domingo pelo líder do Hezbollah, o xeque Hassan Nasrallah, e durante a mesma os manifestantes também protestaram contra os Estados Unidos, país no qual o filme foi produzido, e contra a França.

Separados em filas, uma de mulheres e outra de homens, os manifestantes hastearam as bandeiras do Hezbollah, do Amal e do Líbano, além de exibirem fotos do próprio Nasrallah e do presidente sírio, Bashar al Assad.

As palavras de ordem mais ouvidas eram: ''os EUA são o pior demônio'', ''Israel é o inimigo dos muçulmanos'', ''Morte aos EUA e a Israel'' e ''os EUA são o inimigo de Deus'', segundo as imagens transmitidas pelo canal libanês ''Al Manar'', afiliado ao Hezbollah.

Diante da multidão, o representante do Amal, Mohamad Ghosn, classificou o filme como um ''ato horrível planejado pelos sionistas para provocar um conflito islâmico-cristão'' enquanto o representante do Hezbollah, Nabih Kaouk, afirmou que o único objetivo do vídeo é fomentar a discórdia religiosa para ''enfraquecer a nação árabe''.

Kaouk também advertiu os EUA para que ''não entrem em conflito com a nação muçulmana'' e mandou uma mensagem para a França - ''não insulte o profeta'' - em referência às caricaturas de Maomé publicadas nesta quarta-feira pelo jornal satírico francês ''Charlie Hebdo''.

''Tenham cuidado com a revolta da nação árabe, que é capaz de fazer qualquer coisa para impedir insultos ao profeta'', acrescentou.

Nasrallah, que no domingo convocou manifestações em todo o país em protesto pelo filme ''A Inocência dos Muçulmanos'', se juntou à multidão na segunda-feira em Beirute, um fato incomum e carregado de simbolismo, já que o líder do Hezbollah vive escondido desde a última guerra com Israel, em 2006.


Pouco antes da manifestação de hoje, um grupo de pessoas disparou várias vezes contra um restaurante da rede KFC na cidade de Nabatiyeh, mas o incidente não deixou vítimas.

Na última sexta-feira, outro estabelecimento dessa mesma rede foi incendiado durante uma manifestação contra o filme na cidade de Trípoli, onde houve confronto, resultando em uma morte e vários feridos.

Na próxima sexta-feira está prevista outra manifestação no centro de Sidon, ao sul de Beirute, convocada pelo xeque sunita Ahmad Al Assir.

A tensão vivida no país levou os EUA a renovarem a advertência de não recomendar viagens para o Líbano. Já a embaixada da França enviou mensagens a seus cidadãos pedindo prudência nos seus deslocamentos e que se mantenham afastados das manifestações.

Além disso, as forças de ordem libanesas reforçaram as medidas de segurança nas sedes e residências diplomáticas, especialmente as de EUA e França.

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