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Li Qiang, aliado de Xi Jinping, nomeado primeiro-ministro da China

O ex-líder do Partido Comunista em Xangai, que supervisionou os dois meses de confinamento anticovid caótico na metrópole no ano passado, sucede Li Keqiang, que estava no cargo desde 2013

O novo primeiro-ministro da China, Li Qiang e o presidente Xi Jinping. (AFP/AFP)

O novo primeiro-ministro da China, Li Qiang e o presidente Xi Jinping. (AFP/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 11 de março de 2023 às 09h55.

Considerado um dos homens de confiança mais próximos de Xi Jinping, Li Qiang foi nomeado neste sábado (11) como novo primeiro-ministro da China, um dia após o presidente conquistar um terceiro mandato inédito.

O ex-líder do Partido Comunista em Xangai, que supervisionou os dois meses de confinamento anticovid caótico na metrópole no ano passado, sucede Li Keqiang, que estava no cargo desde 2013.

O político de 63 anos recebeu quase todos os votos dos delegados reunidos na sessão anual da Assembleia Popular Nacional (APN), que na sexta-feira reelegeu Xi Jinping por unanimidade para mais cinco anos no cargo de chefe de Estado.

A resolução de Xi que designa Li Qiang como primeiro-ministro foi lida no salão do Grande Palácio do Povo de Pequim, na manhã de sábado.

Durante a votação, que registrou 2.936 votos a favor, três contrários e oito abstenções, Xi e Li demonstraram cumplicidade, com trocas de sorrisos e cortesias.

Após a nomeação oficial, Li Qiang prestou juramento com o punho direito erguido e a mão esquerda sobre a Constituição. Ele prometeu "trabalhar duro na construção de um grande país socialista moderno".

O primeiro-ministro da China lidera o Conselho de Estado. Suas atribuições tradicionalmente estão voltadas para a administração do cotidiano do país e a comando da política macroeconômica.

A ascensão de Li parecia estar em perigo após sua gestão do confinamento em Xangai, a cidade mais populosa e centro econômico da China, onde os moradores enfrentaram muitos problemas para ter acesso a alimentos e atendimento médicos.

Mas a crise foi deixada de lado diante da estratégia de Xi de cercar-se de pessoas leais na cúpula do poder. Em outubro do ano passado, Li chegou ao posto de número dois do Partido Comunista.

Confiança de Xi Jinping

Ao contrário da maioria de seus antecessores, Li Qiang não tem experiência no governo central, mas ostenta uma ampla bagagem em administrações locais, depois de comandar as províncias costeiras de Zhejiang e Jiangsu, no leste do país.

Li, que começou a carreira como operário em uma estação de bombeamento de irrigação, foi o chefe de gabinete de Xi quando ele comandou o partido em Zhejiang de 2004 a 2007.

Suas rápidas promoções desde então refletem o elevado nível de confiança que o presidente chinês deposita nele, o que o levou em 2017 ao cargo de secretário do partido em Xangai.

Li Qiang assume o cargo de primeiro-ministro em um momento de desaceleração da segunda maior economia mundial, enfraquecida após três anos de inflexível política de "covid zero".

Para 2023, o governo estabeleceu a meta de crescimento do PIB "ao redor de 5%", uma das menores em duas décadas.

Seu antecessor, Li Keqiang, economista de formação, viu seus projetos de reformas obstruídos pela crescente autoridade de Xi.

"É pouco provável que Li Qiang tenha a autoridade necessária para desenvolver mais esta via reformista", declarou à AFP o cientista político Willy Lam, da Universidade Chinesa de Hong Kong.

"Ainda mais porque Xi Jinping insiste na necessidade de um controle mais rígido da economia por parte do Estado e do partido, ao contrário do que foi praticado a partir do fim dos anos 1970", destaca Lam.

Neste sábado, os deputados também designaram Zhang Youxia e He Weidong como vice-presidentes da Comissão Militar Central, presidida por Xi, e Zhang Jun para o cartgo de presidente da Suprema Corte.

Ying Yong, ex-líder do partido na província de Hubei (centro), onde foram identificados os primeiros casos de covid, foi promovido a procurador-geral da Procuradoria Popular Suprema.

Liu Jinguo assumiu o comando da Comissão Nacional de Supervisão, órgão responsável pela luta anticorrupção.

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