Mundo

Leoa de estimação de influenciador ataca e hospitaliza duas pessoas na Tailândia

Animal, que pertence ao influencer tailandês Parinya Parkpoom, atacou homem de 43 anos e criança de 11, após ter escapado de sua jaula na casa do influencer — e caso expõe prática de tentar criar domesticamente animais selvagens no país

Leoa que pertence a influenciador e foi apreendida por autoridades da Tailândia após atacar duas pessoas (DNP/Reprodução)

Leoa que pertence a influenciador e foi apreendida por autoridades da Tailândia após atacar duas pessoas (DNP/Reprodução)

Publicado em 7 de outubro de 2025 às 16h36.

No sábado, 4, uma leoa de um ano de idade atacou e feriu duas pessoas na Tailândia, após ter escapado de sua jaula durante o processo de limpeza. Os ataques ocorreram na região da província de Kanchanaburi, a cerca de duas horas de carro da capital Bangkok.

O animal pertencia ao influencer tailandês Parinya Parkpoom, famoso nas plataformas TikTok e Instagram. Parkpoom postava vídeos mostrando como criava o animal. Segundo o Departamento de Parques Nacionais, Vida Selvagem e Plantas do país, o dono havia amarrado o animal a um poste de ferro ao lado da casa enquanto limpava sua jaula. Nesse momento, a leoa escapou e atacou as duas pessoas. As autoridades apontaram que a jaula do felino não atendia aos padrões de segurança necessários pela legislação local.

As vítimas foram um homem de 43 anos, identificado apenas como Sr. Sarawut, que recebeu 4 pontos no braço devido a um golpe com a pata, e um menino de 11 anos, não identificado, que sofreu ferimentos graves nos quadris de mordidas e patadas.

Ambos foram levados ao hospital às pressas, e o jovem permanece seriamente ferido.

O influencer diz estar “chocado” com o incidente. “Peço desculpas pelo que aconteceu, foi um acidente”, disse à mídia tailandesa, acrescentando que pagaria compensações às vítimas e por todo o tratamento médico da criança.

Parkpoom pode enfrentar até 6 meses de prisão e uma multa de 50.000 baht, o que se equivale a cerca de 8.200 reais.

Segundo as autoridades, o animal foi apreendido e transferido para um centro de cuidados com a vida selvagem na província de Suphan Buri.

"O Departamento de Parques Nacionais, Vida Selvagem e Conservação de Plantas adverte e enfatiza a todos os detentores de animais silvestres controlados que estejam cientes de suas responsabilidades e cumpram estritamente as leis, especialmente no que diz respeito à estrutura dos recintos, que devem ser firmes e seguras, prevenir a fuga dos animais e possíveis danos a outras pessoas, além de exibir placas de aviso claramente visíveis e ser inspecionadas e certificadas por oficiais competentes", diz nota do governo no Facebook.

O incidente ocorreu apenas um mês após um funcionário de zoológico ter sido morto por leões em frente ao estabelecimento, que deixava o público alimentar os animais por cerca de 40 dólares.

Leões são pets?

Apesar de a posse de leões ser legalizada no país, após o incidente a leoa foi tomada pelas autoridades e será realocada para um centro de criação animal.

A população de leões em cativeiro no país já ultrapassa os 500, em zoológicos, fazendas de criação, cafés de acariciamento e residências privadas.

Desde 2022, a legislação no país exige que donos de leões adicionem microchips aos animais, e que alertem as autoridades sempre que forem movê-los. Todavia, legislação acerca de habitações e bem-estar continua negligente, de acordo com o jornal de Dubai Khaleej Times.

A organização sem fins lucrativos para a proteção dos animais World Animal Protection alerta:

“Um animal selvagem é um ser vivo, não um brinquedo, um objeto de coleção ou um símbolo de poder. Criar animais selvagens não é amor, é tirar sua liberdade e violar seu bem-estar. A World Animal Protection insta as agências relevantes a aprovarem leis que proíbam tigres, leões e todos os tipos de animais selvagens em locais privados, exceto para conservação ou estudos de pesquisa sob rigorosos padrões de bem-estar animal.”

Leões em cativeiro na Tailândia

Um relatório de maio da Wildlife Friends Foundation Thailand (WFFT) apontou que o número de leões em cativeiro na Tailândia mais do que triplicou em sete anos, passando de 131 em 2018 para 444 em 2024, um aumento de 239% impulsionado pela demanda por animais exóticos, entretenimento e comércio de partes do corpo.

A pesquisa identificou um salto de 1300% no número de residências privadas com leões, além de práticas preocupantes como o aluguel de filhotes para fotos, criação intensiva de leões brancos e hibridização com tigres — estes últimos fora da regulação legal. Cerca de 346 animais desapareceram sem rastreabilidade, o que segundo a fundação expõe falhas graves de fiscalização.

Acompanhe tudo sobre:Tailândia

Mais de Mundo

EUA coletarão biometria de estrangeiros na chegada e saída do país; veja regras

Lula diz que ligará novamente para Trump se as negociações não avançarem

Nova premiê do Japão quer 'zero residentes ilegais' com novo plano

Terremoto no Afeganistão deixa 27 mortos e quase mil feridos