Envenenamento: em setembro de 1978, o escritor dissidente búlgaro Georgi Markov é espetado na coxa enquanto aguardava um ônibus em Londres (Kham/Reuters)
AFP
Publicado em 14 de fevereiro de 2017 às 18h02.
Última atualização em 14 de fevereiro de 2017 às 18h21.
Assim como o meio-irmão do dirigente norte-coreano Kim Jong-Un, outras personalidades teriam sido ou de fato foram vítimas de morte por envenenamento nos últimos 30 anos.
Duas mulheres não identificadas envenenaram Kim Jong-Nam utilizando seringas, no aeroporto internacional de Kuala Lumpur, segundo a cadeia televisiva sul-coreana TV Chosun.
Em novembro de 2006, o ex-espião russo Alexandre Litvinenko, que se tornou opositor ao presidente Vladimir Putin, morreu aos 43 anos em um hospital britânico, vítima de um envenenamento por polônio, sustância radioativa extremamente tóxica.
Três semanas antes, esse desertor do serviço secreto tinha bebido chá com outro ex-agente russo, Andrei Lugovoi. Sua morte provocou uma crise diplomática entre Londres e Moscou, que sempre se recusou a extraditar o principal suspeito.
Em setembro de 2004, Munir Said Thalib, defensor dos direitos humanos e natural da Indonésia, morre aos 38 anos após sentir terríveis dores a bordo de um avião com destino a Amsterdã após ter ingerido uma bebida envenenada em uma escala em Cingapura. Foi encontrado arsênico em seu cadáver. Familiares afirmam que ele foi envenenado.
Munir era o principal dirigente da Comissão de desaparecidos e vítimas de violência (Kontras), uma organização que denunciou as atrocidades cometidas por militares indonésios durante os 32 anos de regime do ditador Suharto.
Em setembro de 2004, o ucraniano Viktor Yúshchenko, candidato da oposição, herói da Revolução Laranja, fica profundamente doente durante a campanha presidencial na qual concorria com o candidato favorito da Rússia, Viktor Yanukovich.
Médicos austríacos identificaram três meses após o ocorrido o envenenamento por dioxina.
Yushchenko é eleito presidente em 2005. Apesar dos cuidados, seu rosto deformado conserva os rastros provenientes da doença.
Em setembro de 1997, em Amã, agentes do Mossad, serviço de inteligência israelense, tentam assassinar Khaled Mechaal, dirigente do movimento islâmico Hamas, ao injetarem veneno em seu pescoço.
O palestino, em estado de coma, é salvo por causa da intervenção do rei Hussein da Jordânia, que exige que do governo israelense o antídoto em troca da libertação dos dois autores do atentado.
Em setembro de 1978, o escritor dissidente búlgaro Georgi Markov é espetado na coxa enquanto aguardava um ônibus em Londres, por um desconhecido que deixou cair seu guarda-chuva.
Markov, queixando-se de febre alta, morre quatro dias depois.
A autópsia revelou em sua perna a presença de uma cápsula do tamanho da cabeça de uma agulha contendo um veneno violento, a ricina.
Além disso, a morte de Yaser Arafat em novembro de 2004 no hospital militar Percy, próximo à Paris, cujas causas não foram declaradas, mantêm diversas interrogações.
Uma investigação judicial por assassinato foi aberta na França após uma demanda interposta por sua viúva ao descobrir polônio em seus objetos pessoais.
Porém, em 24 de junho de 2016, a Justiça francesa confirmou o arquivamento do processo por meio dos magistrados encarregados de investigar o possível "assassinato".