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Legista contradiz Oscar Pistorius em julgamento

Atleta foi contrariado no julgamento pelo assassinato de sua namorada que, segundo legista, teria comido antes de morrer, e não se deitado como afirmou a defesa


	Oscar Pistorius: legista declarou que a modelo tinha ferimentos na cabeça, no quadril, na mão e no braço
 (Siphiwe Sibeko/Reuters)

Oscar Pistorius: legista declarou que a modelo tinha ferimentos na cabeça, no quadril, na mão e no braço (Siphiwe Sibeko/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de março de 2014 às 14h47.

Pretória - O atleta paralímpico sul-africano Oscar Pistorius foi contrariado nesta segunda-feira durante uma nova audiência do julgamento pelo assassinato de sua namorada, a modelo Reeva Steenkamp, que, segundo o testemunho do legista Gert Saayman, teria comido antes de morrer e não se deitado cinco horas antes, como afirmou a defesa do velocista anteriormente.

No estômago de Reeva foram encontrados 200 mililitros de comida parcialmente digerida, composta principalmente por verduras e queijo, precisou o legista em seu testemunho.

"Reeva Steenkamp comeu aproximadamente duas horas antes de sua morte", assegurou o legista, que detalhou que a quantidade ingerida não era equivalente a um aperitivo ou a um lanche, mas sim a uma "refeição principal".

Antes de a audiência ter sido interrompida para o almoço, Saayman descreveu em detalhes os ferimentos que causaram a morte da modelo, fato que fez com que Pistorius, que esteve de cabeça baixa durante quase toda a audiência de hoje, vomitasse em várias ocasiões.

O velocista paralímpico sustenta que sua namorada foi dormir às 22h da noite anterior ao crime - do dia 13 de fevereiro de 2013 -, umas cinco horas antes de ele ter atirado contra a mesma achando que se tratasse de um ladrão, segundo sua versão.

No início do processo, o atleta confessou ter atirado contra sua namorada - com 29 anos na ocasião - através da porta fechada do banheiro de sua casa de Pretória.

Saayman corroborou hoje que as balas que mataram a modelo eram do tipo "Black Talon", um modelo de munição expansiva desenhada para fazer o máximo de dano possível após sua entrada no corpo.


O legista declarou que a modelo tinha ferimentos na cabeça, no quadril, na mão e no braço, e ressaltou que todos eles poderiam ter causado sua morte.

De acordo com Saayman, que ressaltou que os disparos incapacitaram qualquer ação voluntária da vítima, a modelo também apresentava vários hematomas no corpo, ferimentos que poderiam ter sido causados durante sua queda.

Em outras informações apresentadas durante seu testemunho, Saayman explicou que havia urina dentro da bexiga da modelo, sendo que a defesa do atleta, em uma audiência realizada em fevereiro do ano passado, alegou que a bexiga da modelo estava completamente vazia, já que ela tinha ido ao banheiro urinar e não fugir de seu namorado, como mantém a Promotoria.

A Promotoria acusa o velocista sul-africano, de 27 anos, de matar sua namorada intencionalmente e, por isso, defende que ele seja condenado por assassinato premeditado, acusação que poderia resultar em prisão perpétua.

O julgamento de Pistorius começou na última segunda-feira no Tribunal Superior de Pretória e deverá se estender até o próximo dia 20 de março.

A audiência de hoje esteve marcada pela angústia de Pistorius, que vomitou em repetidas ocasiões durante o testemunho do legista.

Por conta do notável mal-estar de Pistorius, a juíza Thozozile Masipa chegou a sugerir o adiamento da sessão ao seu advogado, Barry Roux, que acabou recusando tal proposta após falar com o velocista. 

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