US President Joe Biden speaks during a campaign event in Madison, Wisconsin, on July 5, 2024. (Photo by SAUL LOEB / AFP) (SAUL LOEB / AFP)
Agência de Notícias
Publicado em 19 de julho de 2024 às 19h59.
Outros seis democratas do Congresso dos Estados Unidos pediram nesta sexta-feira ao presidente Joe Biden que abandone sua campanha pela reeleição e “passe o bastão” para que um líder mais jovem possa enfrentar o ex-presidente Donald Trump nas eleições presidenciais de novembro.
Com estes seis democratas, o número de membros do Congresso que pedem a desistência de Biden sobe para 31, o que constitui quase 12% dos membros da Câmara dos Representantes e do Senado que compõem a bancada democrata.
Dos 31 que lideram a “revolta”, 28 são membros da Câmara e os outros três, senadores.
O primeiro a pedir nesta sexta-feira a retirada de Biden foi Sean Casten, de Illinois, que, em uma coluna de opinião no jornal “Chicago Tribune” intitulada “É hora de passar o bastão”, afirmou que, embora “me parta o coração dizê-lo (. . .), o presidente não está mais à altura do cargo".
Pouco depois, em uma declaração conjunta, quatro outros democratas instaram Biden a também “passar o bastão a uma nova geração de líderes democratas”.
Embora tenham expressado sua “grande admiração” por Biden, argumentam que é preciso “aceitar a realidade” de que há preocupação entre o público sobre sua “idade e aptidão” para governar por mais quatro anos e derrotar Trump em novembro.
“Acreditamos que a coisa mais responsável e patriótica que ele pode fazer neste momento é retirar-se como nosso candidato, enquanto continua liderando o nosso partido na Casa Branca”, afirmaram no comunicado.
Entre os legisladores que assinam a declaração está Marc Veasey, representante do Texas e o primeiro membro do Caucus Afro-americano a virar as costas a Biden, o que abriu uma brecha naquele que tem sido o bloco de apoio mais forte do presidente no Congresso.
Também assinam a carta Jesús 'Chuy' García, nascido em Durango (México) e membro do Caucus Hispânico, além de Marc Pocan, de Wisconsin, e Jared Huffman, da Califórnia, aliado da influente Nancy Pelosi, ex-presidente da Câmara dos Representantes.
Posteriormente, o senador Martin Heinrich, do Novo México, também sugeriu que Biden abra o caminho para permitir que o partido se unisse em torno de um candidato capaz de derrotar Trump, tornando-o o terceiro membro do Senado a defender a desistência do presidente.
"Este momento na história da nossa nação exige uma visão que vai além de qualquer indivíduo. O regresso de Donald Trump à Casa Branca representa um perigo existencial para nossa democracia. Devemos derrotá-lo em novembro e precisamos de um candidato que possa fazê-lo", disse Heinrich.
Essa nova leva de legisladores aumenta a pressão sobre Biden, que viu o seu apoio entre figuras importantes do partido diminuir nas últimas horas. Segundo publicou ontem o jornal “The Washington Post”, o ex-presidente Barack Obama (2009-2017) disse ao seu círculo próximo que Biden deveria “reconsiderar seriamente” o futuro da sua candidatura.
Os apelos por sua retirada surgiram após o debate de 27 de junho contra Trump, no qual Biden, que aos 81 anos é o presidente mais velho da história dos EUA, projetou uma imagem envelhecida e teve dificuldade em concluir algumas frases.