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Legalização da maconha ganha terreno nos EUA

Eleitores de Oregon, Alasca e do Distrito de Columbia aprovaram ontem em distintos referendos a legalização da maconha com fins recreativos

Bob Leeds, co-proprietário da Green Farms, mostra maconha produzida por ele em sua empresa em Seattle (Jason Redmond/Reuters)

Bob Leeds, co-proprietário da Green Farms, mostra maconha produzida por ele em sua empresa em Seattle (Jason Redmond/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2014 às 22h06.

San Francisco - Os eleitores de Oregon, Alasca e do Distrito de Columbia aprovaram ontem em distintos referendos a legalização da maconha com fins recreativos, uma medida que durante os próximos anos pode chegar também a outros estados americanos, como a Califórnia.

No Alasca, o estado mais extenso dos Estados Unidos e tradicionalmente conservador, os eleitores aprovaram a Medida 2, que legaliza a posse, o cultivo e a venda de maconha a maiores de 21 anos, por uma estreita margem de quatro pontos (52% dos votos favoráveis contra 48% contra).

No Oregon, por outro lado, de tendência progressista e um dos redutos dos democratas, o "sim" à maconha recreativa se impôs com 55% dos votos contra 45% do "não".

Poucas horas antes que se conhecessem os resultados no Oregon e no Alasca, o Distrito de Columbia, onde se encontra a capital federal, Washington, também tinha aprovado a posse e o cultivo de maconha com fins recreativos.

Até a jornada eleitoral desta terça-feira, apenas os estados de Washington e Colorado tinham legalizado a maconha para usos recreativos, também por meio do voto popular nas eleições de 2012.

Segundo os ativistas a favor da legalização do uso recreativo, estas três novas vitórias consolidam a tendência marcada em 2012 por Washington e Colorado e abrem as portas para uma nova onda de legalizações no pleito de 2016.

Em novembro de 2016, coincidindo com as eleições presidenciais no país, os defensores do uso recreativo da maconha preveem que iniciativas similares possam ser apresentadas na Califórnia, Massachusetts, Maine, Nevada e Arizona.

Dentre todos estes se destaca a Califórnia, o estado mais povoado do país e um dos maiores consumidores de maconha, mas que em 2010 decidiu nas urnas contra uma medida que, embora não legalizasse completamente a maconha, teria permitido regular e ampliar o marco legal com relação à droga.

O grupo Projeto de Política da Maconha registrou em setembro a criação de um comitê de campanha na Califórnia para começar a arrecadar fundos que lhe permitam coletar os avais necessários para incluir uma votação sobre a legalização de cannabis recreativo nas eleições de 2016.

"A proibição da maconha teve um efeito enormemente ruim para as comunidades californianas. Não foi efetiva, incorreu em muitas despesas e foi contraproducente. Chegou a hora de enfrentar a questão de uma perspectiva responsável", declarou o diretor-executivo do Projeto de Política da Maconha, Rob Kampia.

"As eleições deste ano foram um grande passo adiante, mas em 2016 é quando daremos o passo definitivo para terminar com a proibição da maconha neste país de uma vez por todas", ressaltou Kampia em comunicado após saber dos resultados de ontem no Alasca, Oregon e no Distrito de Columbia.

Com a votação em 2016, os ativistas pró-maconha buscam aproveitar os maiores níveis de participação que normalmente trazem consigo as eleições presidenciais e a possível mobilização do eleitorado progressista na Califórnia para evitar a repetição de um fiasco como o de 2010.

Frente aos sucessos colhidos nestas eleições pelos partidários da maconha recreativa, em outra consulta popular, os eleitores da Flórida rejeitaram legalizar o uso medicinal da maconha por pouca margem nas eleições legislativas do terça-feira.

A proposta, feita por meio de uma emenda à Constituição estadual e que mobilizou mais de 5,7 milhões de eleitores, não alcançou o apoio de 60% dos votos necessários para sua aprovação e ficou em 58%.

Com isso, apesar da rejeição da proposta, se viu que a maioria de eleitores estava a favor da medida, embora não na porcentagem necessária para sua aprovação como emenda constitucional.

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