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Lágrimas e alegria se misturam após referendo na Escócia

Enquanto políticos falavam sobre a necessidade de uma reconciliação nacional, apoiadores derrotados da independência disseram que a luta continuaria

Escócia: apoiadores da independência lamentam o resultado do referendo, em Glasgow (Cathal McNaughton/Reuters)

Escócia: apoiadores da independência lamentam o resultado do referendo, em Glasgow (Cathal McNaughton/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2014 às 10h35.

Edimburgo - À medida que regiões da Escócia divulgavam seus resultados de um grande referendo pela independência para a central de apuração, em Edimburgo, na manhã desta sexta-feira o ânimo dos apoiadores do “Sim" perdia força.

Os votos indicavam um favorecimento à permanência do país no Reino Unido. E quando se tornou claro que o sonho da campanha pela independência não foi realizado, o que se via eram caras fechadas e lágrimas de um lado, e alegria do outro.

“Hoje eu não vou dançar”, disse o apoiador da independência Doug Bathgate, de 58 anos, que usava um kilt (indumentária típica escocesa) para a ocasião. Mas o ativista liberal democrata Phil Wheeler, que pregava pela união do Reino Unido, estava satisfeito com o resultado.

“Gosto de pensar que Alex Salmond (líder nacionalista) está se escondendo em seu porão. Esperançosamente, podemos prosseguir agora com um projeto para um Reino Unido federal, com a Escócia como líder”, disse ele.

Enquanto políticos falavam sobre a necessidade de uma reconciliação nacional, apoiadores derrotados da independência disseram que a luta continuaria.

Ambos os lados relataram que fariam seu melhorar para garantir que os partidos políticos da Grã-Bretanha, em Westminster, em Londres, (sede do Parlamento do governo do Reino Unido), cumpriram suas promessas para dar mais autonomia à Escócia.

“Estou incomodada”, disse a estudante colegial Alexandra McKintosh, de 16 anos, com lágrimas nos olhos. “Westminster não se importa com a Escócia o mesmo tanto que se importa com a Inglaterra. Eu não confio neles.”

Mike Crockart, um liberal democrata de Edimburgo, membro do Parlamento em Westminster, disse: “Devemos entregar o que as pessoas pediram - uma Escócia mais forte dentro do Reino Unido - e devemos começar hoje."

Questionado se pensava que demandas semelhantes por mais poderes para regiões inglesas iriam prejudicar esses esforços, ele disse: “Isso não deve impedir o povo escocês de conseguir o que pediu.”

O voto pelo “Não”, contrário à independência, liderou desde o começo, após o pequeno distrito de Clackmannanshire ter relatado os resultados às 2h (horário local).

Uma grande tela oficial foi estabelecida no centro de contagem nos arredores da capital, mas as decisões foram divulgadas ao vivo diretamente das regiões pela televisão nacional.

Um momento de esperança pela independência veio quando a cidade de Dundee votou a favor, colocando os dois lados frente a frente, mas isso durou pouco.

Embora a maior cidade da Escócia, Glasgow, tenha votado pelo “Sim”, um comparecimento às urnas relativamente baixo, de 75 por cento, minou as expectativas de um grande impulso para a contagem do lado da independência. “Tive noites melhores, mas essa é a democracia em ação. Não era para ser (a independência)“, disse Bathgate, um piloto de submarinos da indústria petrolífera. “

Ainda temos nosso Parlamento, e ainda temos que pegar as migalhas que podemos do Parlamento no sul (Inglaterra). A demanda pela independência não irá embora. Vamos nos reagrupar."

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