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Lagarde se compromete a repartir postos no FMI de maneira mais justa

Em entrevista ao FT, ministra disse que tentará repartir cargos no fundo com representantes de países emergentes

O principal rival da candidata francesa ao cargo máximo do FMI é o governador do Banco do México, Agustín Carstens (Dominique Charriau/Getty Images)

O principal rival da candidata francesa ao cargo máximo do FMI é o governador do Banco do México, Agustín Carstens (Dominique Charriau/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2012 às 09h32.

Londres - A candidata europeia à direção-executiva do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, quer levar à instituição, se for eleita, a mesma política que aplicou em cargos anteriores com relação a gênero, mas desta vez no que se refere a nacionalidades.

Em declarações ao diário britânico "Financial Times", a ainda ministra de Finanças da França reconheceu que muitos dos países emergentes do FMI se queixaram que são poucos os representantes de suas nações nos degraus mais altos da instituição.

"Eu gostaria de remediar a situação. Necessitamos de uma representação adequada do pessoal de alto nível baseada no mérito das pessoas de distintas nacionalidades e com diferentes historiais acadêmicos", explicou.

O principal rival da candidata francesa ao cargo máximo do FMI é o governador do Banco do México, Agustín Carstens, que se formou na Universidade de Chicago (EUA) e diz querer "desfraldar a bandeira dos mercados emergentes".

Lagarde reconheceu que terá de convencer os mercados emergentes de que, se nomeada, não representaria os interesses europeus, mas que também não ficaria à disposição dos países em desenvolvimento.

"Não acredito que fosse representar uma região particular, mas serviria à instituição em seu conjunto", disse Lagarde, que admitiu a necessidade de aplicar uma série de reformas capazes de refletir melhor o peso econômico dos países emergentes que são membros do FMI.

"Existe uma fórmula para calcular os direitos de voto. Essa fórmula está sendo revisada, como se mostra necessário", disse a ministra francesa.

Em relação à recente declaração dos países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) exigindo uma maior representação das nações em desenvolvimento, Lagarde disse que "está claro que expressaram uma certa frustração" e acrescentou sua disposição em tratar o assunto com cada um deles a partir do próximo domingo.

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