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Kurz exige acordo contra antissemitismo em governo na Áustria

O vencedor das legislativas exigiu o compromisso dos futuros sócios com quem deverá formar o governo

Sebastian Kurz: uma coalizão com a extrema-direita do FPÖ parece a alternativa mais provável (Leonhard Foeger/Reuters)

Sebastian Kurz: uma coalizão com a extrema-direita do FPÖ parece a alternativa mais provável (Leonhard Foeger/Reuters)

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AFP

Publicado em 17 de outubro de 2017 às 12h04.

O jovem conservador Sebastian Kurz, vencedor das eleições legislativas na Áustria, exigiu nesta terça-feira em um jornal israelense um compromisso contra o antissemitismo de seus futuros sócios no poder, com os quais precisará negociar para formar o governo.

Kurz fez estas declarações em uma entrevista ao jornal Israel Hayom, em meio aos rumores que falam de uma coalizão com o partido de extrema-direita FPÖ, que Israel acusa de antissemita.

"A luta contra o antissemitismo e nossa política de tolerância zero contra qualquer tendência antissemita é muito importante para mim. Trata-se de uma condição prévia para a formação de qualquer coalização sob minha direção. Não há dúvidas quanto a este ponto", enfatizou.

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu parabenizou Kurz em uma entrevista telefônica na noite de segunda, incentivando-a a luta lutar contra o antissemitismo.

O Partido Popular Austríaco (ÖVP) de Kurz, de 31 anos, venceu as eleições legislativas austríacas, com 31,7% dos votos, superando o ultradireitista Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ, 26%), cujo líder, Heinz-Christian Strache, se perfila como uma figura chave para a formação do governo.

Os social-democratas do SPÖ, de Kern, que venceu as eleições de 2013, teve com 26,3% dos votos.

Kurz não descartou nenhuma possibilidade, mas uma coalizão com a extrema-direita do FPÖ parece a alternativa mais provável.

Em 2000, a entrada do FPÖ no governo, em coalizão com o chanceler conservador Wolfgang Schüssel, provocou uma grande consternação na Europa e a adoção de sanções da UE contra Viena.

Mas no atual contexto de avanço dos partidos populistas e anti-imigração em vários países europeus parece pouco provável que se repita esta reação, apesar das consequências possíveis a uma aliança entre Kurz e Strache.

O FPÖ, que defende uma aproximação ao grupo Visegrado - Hungria, Polônia, República Tcheca e Eslováquia -, que mantém divergências com a UE em várias questões, poderia modificar a postura pró-Europa da Áustria.

Em uma Áustria próspera, mas preocupada com a crise migratória, Kurz soube mobilizar o eleitorado conservador com uma imagem de modernidade, um discurso firme sobre a imigração e com promessas de cortes fiscais.

Se Kurz conseguir formar uma coalizão, ele será o governante mais jovem da Europa, superando o primeiro-ministro irlandês Leo Varadkar (38 anos) e o presidente francês Emmanuel Macron (39).

Kurz, chamado de "Wunderwuzzi" (menino prodígio), provocou uma grande sensação em maio ao assumir a liderança de um partido em crise e provocar as eleições antecipadas.

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