Mundo

Kuczynski diz que ex-presidente do Peru traiu o país

Procuradores peruanos estão preparando um mandado de prisão para o ex-presidente Alejandro Toledo após indícios de subornos vindos da Odebrecht

Pedro Pablo Kuczynski: "muito chateado com essa notícia sobre o ex-presidente Toledo. É uma traição ao povo peruano" (Guadalupe Pardo/Reuters)

Pedro Pablo Kuczynski: "muito chateado com essa notícia sobre o ex-presidente Toledo. É uma traição ao povo peruano" (Guadalupe Pardo/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 6 de fevereiro de 2017 às 08h48.

Lima - O presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski, disse no domingo que o ex-presidente Alejandro Toledo, acusado de receber milhões de dólares em propinas pagas pela empreiteira Odebrecht, traiu o país e deve voltar ao Peru para enfrentar a Justiça.

Procuradores estão preparando um mandado de prisão para Toledo depois de descobrirem indícios que o implicam em subornos de 20 milhões de dólares que a Odebrecht admitiu ter pago para obter um contrato durante seu governo, entre 2001 e 2006.

De acordo com uma fonte da Procuradoria-Geral peruana, as autoridades rastrearam 11 milhões de dólares que foram supostamente transferidos para um associado de Toledo, levando investigadores a fazerem uma busca na residência do ex-mandatário em Lima no sábado.

Toledo, que negou ter recebido qualquer propina, estava na França na ocasião, embora seu paradeiro atual seja desconhecido.

"Muito chateado com essa notícia sobre o ex-presidente Toledo. É uma traição ao povo peruano, e é uma traição a seus colegas que trabalharam tão duro", disse Kuczynski em comentários à W Radio, da Colômbia, que foram distribuídos por seu gabinete.

"Isto é muito lamentável. Ele precisa se endireitar e voltar ao Peru e responder o que os investigadores irão lhe perguntar".

Kuczynski, que foi ministro das Finanças e primeiro-ministro de Toledo, também reiterou declarações anteriores de que não estava envolvido nas negociações entre a Odebrecht e Toledo que estão sendo investigadas.

O atual presidente é alvo de um inquérito separado a respeito de uma lei que chancelou em 2006 que retirou obstáculos legais de contratos de rodovias concedidos à Odebrecht e a outras empresas. Ele nega qualquer irregularidade.

Além do Peru, a Odebrecht reconheceu ter distribuído centenas de milhões de dólares em propinas para conseguir contratos de obras públicas por toda a América Latina, desencadeando investigações da Argentina ao Panamá, em decorrência da operação Lava Jato deflagrada no Brasil.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoNovonor (ex-Odebrecht)Peru

Mais de Mundo

Magnata vietnamita terá que pagar US$ 11 bi se quiser fugir de pena de morte

França afirma que respeitará imunidade de Netanyahu se Corte de Haia exigir prisão

Em votação apertada, Parlamento Europeu aprova nova Comissão de Ursula von der Leyen

Irã ativa “milhares de centrífugas” em resposta à agência nuclear da ONU