Krugman critica inoperância do Fed (.)
Da Redação
Publicado em 18 de agosto de 2010 às 16h14.
São Paulo - Paul Krugman, prêmio Nobel de Economia em 2008, afirmou nesta segunda-feira (12), em sua coluna no jornal The New York Times, que o Federal Reserve (Fed) é "irresponsável" ao não tomar novas medidas para auxiliar a recuperação economia dos Estados Unidos.
Krugman lembra que, em 2002, Ben Bernanke - atual presidente do Fed - fez um discurso criticando a deflação no Japão e, agora, não toma as devidas providências para evitar o mesmo problema. "Já temos um crescimento dolorosamente lento, desemprego muito elevado, e problemas financeiros. E qual é a resposta do Fed? É debater - com muita lentidão - se, talvez, possivelmente, deveria considerar a tentativa de fazer algo sobre a situação, um dia desses", ironizou.
Krugman, que é professor da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, diz que o Banco Central americano não é o único "irresponsável" nessa história toda. "É irritante ver a classe política considerar tudo isso normal. Agora que o pesadelo tornou-se realidade - e, sim, é um pesadelo para milhões de americanos -, Washington não tem nenhum senso de urgência."
No entanto, o economista afirma que o Fed, ao contrário do governo Obama, tem uma liberdade de ação maior, pois não depende de aprovação de parlamentares. Os juros já estão próximos de zero e os investidores não vão comprar títulos que rendem taxas negativas.
"Então, o Fed pode comprar dívida pública de longo prazo e dívida do setor privado. Pode ainda tentar mover as expectativas ao anunciar que vai manter as taxas de curto prazo baixas por um longo período. E pode aumentar a meta de inflação de longo prazo para ajudar a convencer o setor privado de que pegar empréstimo é uma boa ideia e que acumular dinheiro em caixa é um erro", diz o colunista.
Krugman quetiona a inoperância do Banco Central americano e diz que os presidentes regionais do órgão "não estão levando suficientemente a sério a tendência de deflação". E conclui: "O Fed precisa repensar as suas prioridades, rapidamente."